1915 – A Revolta de 14 de Maio
«Sai para a rua o golpe preparado pelo Partido Democrático desde há muito. Vários navios da Armada em Lisboa aderem, sob o comando de Leote do Rego, que se instala no cruzador Vasco da Gama, no Tejo. Aderem igualmente o Arsenal da Marinha e o Quartel dos Marinheiros em Alcântara, dando aos revoltosos uma infantaria organizada que domina a zona ribeirinha da cidade, apoiada pelo fogo dos navios.» A descrição consta na “Cronologia comentada do ano de 1915 – Acontecimentos em Portugal”, da autoria de António José Telo (Academia Militar). O objectivo da revolta foi o derrube do governo de Pimenta de Castro e a reposição da plena vigência da Constituição Portuguesa de 1911, posta em causa pelo Presidente Manuel de Arriaga quando dissolveu unilateralmente o Congresso da República sem que tivesse poderes constitucionais para tal. Segundo a Cronologia, esta foi a «mais sangrenta de todas as revoluções da República, apesar de os combates terem durado escassas 24h.» Ao final do dia, o número de mortos ascendia a 200 e o de feridos ultrapassava o milhar. O governo foi substituído por uma Junta revolucionária presidida por João Pinheiro Chagas. A demissão (forçada) de Manuel de Arriaga levou à realização de eleições em que foi eleito Teófilo Braga.