Os deputados do PCP no Parlamento Europeu votaram favoravelmente, no dia 11, no âmbito da sessão plenária, uma resolução que recomenda aos Estados-membros a intervir em torno de diversos aspectos da situação das mulheres, associada aos «25 anos da Declaração de Pequim e da Plataforma de Acção: desafios futuros no âmbito dos direitos das mulheres».
Refere-se que, a este propósito, os deputados do PCP apresentaram uma declaração de voto, em que assinalam os aspectos que não constam nesta resolução e aos quais dão particular relevância.
Destaca-se, em primeiro lugar, a ausência de referência e de devida valorização das conferências anteriores da ONU, que deveriam ser mencionadas, designadamente a I Conferência Mundial da Mulher, sob o lema «Igualdade, Desenvolvimento e Paz», em 1975, e sobretudo a deliberação sobre o Ano Internacional da Mulher (1975) e também a Década da ONU para a Mulher (1975-1985).
Na verdade, importa valorizar todas estas conferências, realizadas em contextos políticos específicos, quanto à situação e luta das mulheres por reivindicações que continuam a marcar a sua intervenção na actualidade, porque, apesar das conquistas alcançadas, há problemas sérios que se mantêm na vida das mulheres: continuam a ser as principais vítimas do trabalho precário, do desemprego, do aumento das desigualdades, da violência na sociedade, no trabalho e na família.
Os comunistas portugueses sublinham também que «os impactos da pandemia no agravamento das condições de vida e de trabalho das mulheres e no agravamento da espiral de desigualdades, discriminações e violências» deveriam ter tido uma maior centralidade nesta resolução. São aspectos que acentuam velhos problemas e fazem emergir novos problemas exigindo uma adequada avaliação e resposta pelos Estados.
«O trabalho desenvolvido ao longo dos anos pelos deputados do PCP no Parlamento Europeu nesta matéria evidencia bem a importância que damos ao tema, sobre o qual continuaremos a intervir com propostas concretas para que a igualdade na lei e na vida seja uma realidade», asseguram os deputados comunistas portugueses.