- Nº 2463 (2021/02/11)
Apresentação do livro 100 Anos de Luta

É preciso mobilizar meios e recursos para os apoios sociais

Em Destaque

Perante o difícil quadro colocado pela epidemia, nomeadamente o que resulta das limitações à actividade e da interrupção das actividades lectivas, o Secretário-geral do PCP voltou a insistir na necessidade de «mobilizar meios e recursos».

Esta foi uma ideia forte que ocupou uma parte da intervenção de Jerónimo de Sousa, com este a considerar que é preciso «sem mais delongas» concretizar medidas propostas pelo PCP e aprovadas no OE para «garantir o apoio, a protecção social e a salvaguarda da remuneração a 100% dos trabalhadores em lay-off, os direitos daqueles que estão em situação de teletrabalho, incluindo os de assistência à família».

Por saber que há vários problemas sociais que preocupam muitos milhares de trabalhadores e continuam a aguardar por resolução é que a bancada comunista, aliás, agendou para dia 18 essa discussão, onde defenderá, por exemplo, que seja pago a 100% - e não a 66% como é agora – o apoio à família com crianças a cargo, informou o líder comunista. «Não é possível pedir a uma família que tome conta de crianças ao mesmo tempo que trabalha a partir de casa ou perdendo um terço do salário», observou, revelando que o PCP proporá também que, «havendo crianças a cargo, haja um membro do agregado familiar com acesso a esse apoio, mesmo que deixe de estar em teletrabalho ou que o outro se mantenha nesse regime».

Encarado com apreensão pelo PCP é também o problema dos trabalhadores que viram acabar em 2020 o subsídio de desemprego e outras prestações sociais sem serem renovadas. Tratando-se de uma injustiça, na perspectiva de Jerónimo de Sousa, há que a corrigir e só há uma maneira de o fazer: que a situação daqueles trabalhadores «seja considerada com a aplicação do apoio social extraordinário ou outras medidas previstas no OE para 2021».

Nnão escondeu ainda a sua preocupação pelo que considerou ser o aproveitamento que o grande capital faz «a seu favor» da epidemia, com isso agravando as «desigualdades e ampliando os problemas». Jerónimo de Sousa mostrou-se por isso crítico quanto ao facto de tal situação «não encontrar resposta nas opções políticas do Governo do PS», e assim dar azo à instrumentalização das dificuldades por parte daqueles que, como o PSD, CDS e seus sucedâneos, tentam «branquear as suas responsabilidades e relançar o seu retrógrado projecto de desastre nacional».