A Organização Regional do Porto do PCP assinalou o 130.º aniversário da Revolta de 31 de Janeiro de 1891, tentativa de uma revolução republicana que, apesar de fracassada, ajudou a trilhar o caminho que resultaria na implantação da Primeira República Portuguesa, a 5 de Outubro de 1910.
Desde os meados do século XIX que a monarquia portuguesa começava a mostrar graves sinais de desgaste face às várias aspirações populares. Incapaz de oferecer respostas concretas às dificuldades crónicas, à altura, visíveis em todo o território, desde a indignação política provocada pelo «Ultimato Britânico de 1890» até às gritantes desigualdades vividas pelo povo português, a monarquia constitucional arfava o primeiro dos seus últimos suspiros a 31 de Janeiro de 1891 com a revolta que eclodiu na cidade do Porto.
De veemente cariz republicano, este movimento, que partia do seio de sargentos e outras baixas patentes do exército, inseriu-se, perfeitamente, numa ampla onda de indignação social que varria o País. A estes, juntou-se o povo portuense, oferecendo à revolta o carácter popular pelo qual também é lembrada.
Portugal conheceu, assim, a primeira expressão revolucionária do movimento republicano, que sairia vitorioso quase duas décadas mais tarde.
«A generalidade do povo estava com a revolta porque via nela o caminho para a democracia, a justiça social e a soberania nacional», pode-se ler na nota da Organização Regional do Porto do PCP.
A monarquia sairia derrotada de 1910, mas as injustiças e as desigualdades não. Da mesma forma, a democracia e a soberania nacional também não se viram vingadas nos anos que se sucederam, nem durante a Primeira República Portuguesa, nem durante a longa noite fascista que se abateu sobre o País.
«130 anos depois, permanecem justas e actuais as aspirações de quem anseia pela liberdade, pela democracia, pela soberania nacional, pela superação das injustiças e as desigualdades» pode-se também ler na nota do Partido.