Unidade e mobilização na TAP
Ao declarar a TAP, a Portugália e a Cateringpor como empresas em situação económica difícil, no dia 22, o Governo deu «mais um passo no ataque aos trabalhadores do Grupo TAP», pois abriu «a porta para a alteração das condições de trabalho», protestou a célula do PCP na transportadora aérea nacional.
«Está posta em causa a contratação colectiva dos trabalhadores, com a consequente perda de direitos», «a par da perspectiva de despedimentos e cortes nos salários», afirma-se num comunicado que a organização emitiu no dia 24, apelando «a que os trabalhadores do Grupo TAP se unam e lutem contra este ataque».
No documento reafirma-se que o PCP considera «inadmissível o caminho traçado para a TAP e seus trabalhadores» e exige «que sejam mobilizados recursos para assegurar a empresa neste momento difícil e que se prepare a TAP para o futuro».
Para o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava/CGTP-IN), a resolução do Conselho de Ministros, «cobardemente, veio roubar aos trabalhadores uma das suas conquistas mais antigas e sofridas», quando passaram em Setembro 50 anos da celebração do primeiro acordo colectivo de trabalho na TAP.
O adjectivo é justificado pelo facto de o «atentado» ser «perpetrado por um Governo do PS e por um ministro que não se cansa de se auto-intitular de esquerda». Foi «um golpe baixo e ainda mais traiçoeiro porque foi infligido pelos que, ao longo de vários meses, foram iludindo os trabalhadores, mentindo-lhes, garantindo que todas as medidas necessárias seriam discutidas e negociadas».
A Comissão de Trabalhadores da TAP, citada pela agência Lusa no dia 23, acusou o Governo e a administração de não cumprirem a lei, que exige parecer prévio das CT sobre processos de reestruturação, e adiantou que está a ser analisada, com outros organismos representativos, a convocação de um plenário geral em Janeiro.