CGTP-IN foca na próxima semana «acção e luta» dos trabalhadores

MOBILIZAÇÃOO movimento sindical unitário vai realizar plenários, concentrações, manifestações e greves, de 7 a 11 de Dezembro, numa «semana de acção e luta» em todos os sectores e por todo o País.

A convergência vem dar força e expressão à acção reivindicativa

Com este conjunto de iniciativas, a CGTP-IN pretende «dar força e expressão à acção reivindicativa nos locais de trabalho, nas empresas e nos serviços», como se afirmava na resolução de 19 de Novembro do Conselho Nacional da confederação. O órgão dirigente da Intersindical definiu que a luta se deverá desenvolver «em torno das reivindicações concretas dos trabalhadores dos diversos sectores de actividade, dando expressão pública à luta em todos os distritos e regiões autónomas, exigindo resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País».

No «manifesto» que foi editado pela central e está em distribuição, a nível nacional, destaca-se que «lutar é preciso, para defender e garantir os direitos, aumentar salários, desenvolver o País». «É uma emergência nacional garantir o aumento significativo dos salários (90 euros para todos os trabalhadores) e do salário mínimo nacional (850 euros)» e «é preciso responder aos problemas dos trabalhadores, das populações e do País, valorizar o trabalho e os trabalhadores, as suas carreiras e os salários, investir nos serviços públicos e na Administração Pública», afirma-se no documento.

A Inter acusa o «grande patronato» de aproveitar «a pandemia e as medidas desequilibradas que o Governo tem feito sair» e reafirma que «a democracia não foi suspensa e os direitos e a liberdade sindical também não».

Greve nos CTT

Pelo direito a aumentos salariais, em vez de «prémios atribuídos com critérios obscuros», para «defender os Correios de Portugal de quem os quer utilizar para outros fins» e pela admissão de trabalhadores «em número suficiente para prestar o serviço de qualidade a que todo o País estava habituado antes da privatização», começou no dia 30 uma greve nos CTT, que se repetiria ontem e hoje, dia 3.

Na madrugada de 30 de Novembro, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações realçou a adesão de 75 por cento, entre os trabalhadores das centrais de correio (CPL) de Lisboa e do Porto. A meio da tarde, o presidente do SNTCT adiantou ao Avante! que, numa contagem mais recente e mais abrangente, a adesão situava-se acima dos 50 por cento. Victor Narciso considerou este nível positivo, uma vez que «a administração investiu forte na desmobilização» da luta. Comprovando que, «afinal, há dinheiro», a administração antecipou em dez dias o pagamento do subsídio de Natal, mandou pagar um prémio por laboração «na linha da frente» e também o prémio de desempenho, habitualmente pago no início do ano, explicou o dirigente do sindicato da Fectrans/CGTP-IN.

Plenário da IP hoje

As estruturas da CGTP-IN que representam trabalhadores das empresas do Grupo Infra-estruturas de Portugal convocaram para hoje, às 11 horas, frente ao Ministério do Trabalho, um plenário «em defesa da melhoria dos salários e do cumprimento dos acordos firmados».

Num comunicado conjunto, a Fectrans e Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais salientam que «não acordámos aumentos zero para este ano, nem para o futuro, pelo que, desde já, repudiamos a comunicação da administração da IP e do Governo, de que “aumentos salariais, só quando a situação económica/financeira do País o permita”».

No plenário, dirigentes e delegados sindicais e outros trabalhadores vão exigir que seja cumprido o ACT (acordo colectivo de trabalho, no qual se prevê a revisão anual das matérias remuneratórias), que seja reduzido o horário de trabalho e que o ACT seja aplicado integralmente a todos os trabalhadores.

Professores dia 11

Após «muitas reuniões e plenários» e apurados os resultados da consulta aos docentes, a Fenprof alterou a decisão de realizar paralisações a incidirem um dia em cada região e convocou greve, para 11 de Dezembro, de educadores de infância e professores dos ensinos Básico e Secundário, tanto em ensino presencial como à distância.

Este será «um enorme dia de luta de todos os professores e educadores», assegurou Mário Nogueira. Numa mensagem divulgada na sexta-feira, 27 de Novembro, depois de uma delegação entregar o pré-aviso de greve na residência oficial do primeiro-ministro, o Secretário-geral da Fenprof sublinhou que «não vai faltar a luta de quem tem razão», num momento em que «falta ministro na Educação, falta cultura democrática ao ministro e faltam soluções para os problemas das escolas e dos professores».