João Ferreira critica precariedade e exploração no sector das telecomunicações
PRESIDENCIAIS Para João Ferreira, é «fundamental» garantir a toda a população o acesso às telecomunicações, bem como defender os direitos dos trabalhadores deste sector, eliminando a precariedade que aí impera.
Garantir o acesso a telecomunicações a um custo reduzido
No passado dia 24, no final de uma reunião com organizações representativas de trabalhadores (ORT) das telecomunicações, em Lisboa, o candidato a Presidente da República começou por afirmar que «as comunicações têm uma importância cada vez maior para o Estado e para os cidadãos, na produção material, na distribuição e comercialização de produtos, na forma como ocupamos os nossos tempos livres, no acesso a serviços públicos e à informação».
Sem esquecer as «muitas promessas que foram feitas a propósito da liberalização do sector das telecomunicações», João Ferreira lembrou que «os custos com as telecomunicações são elevados» e assumem «um peso extraordinário no orçamento de muitas famílias, particularmente as de menores rendimentos». Ao mesmo tempo, «a precariedade no sector disparou», alimentando «meia dúzia de grupos monopolistas que se cartelizam com enorme facilidade», reduzindo o número de trabalhadores e apostando «numa selva de sub-contratações, onde prolifera a precariedade e a exploração».
Outro dos problemas levantados pelo candidato apoiado pelo PCP prende-se com o aumento das «desigualdades regionais no acesso às telecomunicações». «O Estado está refém dos grupos económicos do sector, sem capacidade de assegurar as suas necessidades estratégicas», criticou, dando o exemplo do «escândalo» da rede SIRESP, bem como a discussão em torno do modelo de liberalização do 5G, ignorando «os avanços que o investimento no desenvolvimento tecnológico pode trazer à economia e à vida dos cidadãos». «Este é um caminho que não serve o País, nem a população», apenas «os interesses dos accionistas, destas grandes empresas, esmagadoramente estrangeiros», apontou João Ferreira, frisando: «Também aqui faz falta que se cumpra a Constituição da República, faz falta garantir o primado do interesse público sobre o interesse privado, dar prioridade a serviços públicos de qualidade e de acesso universal, recuperar o controlo público sobre os sectores estratégicos, acabar com as parcerias público-privadas».
Apoio do sector da saúde será honrado
Cerca de 300 trabalhadores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) – médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes técnicos e operacionais – manifestaram o seu apoio à candidatura de João Ferreira. No sábado, num vídeo partilhado nas redes sociais, o candidato assegurou que o apoio que estes profissionais manifestaram «será honrado», com a defesa intransigente do direito à saúde e do SNS, geral, universal, tendencialmente gratuito, que «assegure a todos, independentemente da sua condição social ou económica, protecção da sua saúde». «Isto implica combater a visão daqueles que querem desviar recursos do SNS para alimentar o negócio privado da doença», acentuou.
No dia 25 de Novembro, o candidato participou numa sessão pública em Lisboa com apoiantes trabalhadores do sector da saúde, sob o lema «O direito constitucional à saúde».
Imensa actividade
Antes, contactou ainda com ex-trabalhadoras da Triunph, em Sacavém, iniciativa que contou com a presença de Heloísa Apolónia, mandatária da candidatura, e de Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures.
Na sua imensa actividade, realizada nos últimos dias, João Ferreira conversou, no dia 26 de Novembro, com o professor João Ferreira do Amaral acerca da situação económica do País, os desafios, os problemas novos e estruturais, e os constrangimentos às respostas que é preciso dar.
Num outro momento, a propósito do Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, o candidato sublinhou que prevenir e combater as violências sobre as mulheres exige assegurar-lhes as condições económicas e sociais necessárias à sua realização profissional, pessoal e social.
Valorizar os bombeiros
Na segunda-feira, 30, João Ferreira dedicou o dia aos problemas dos bombeiros, que se agravam no contexto de epidemia, tendo contactado com as associações de bombeiros voluntários de Lisboa e de Sacavém, bem como com a Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa. Entre outros dirigentes, as iniciativas contaram com a presença de António Filipe, deputado do PCP na Assembleia da República.
Além do aumento significativo da despesa, as corporações queixam-se da perda de receitas face à diminuição dos doentes não urgentes, mas também da falta de incentivos ao voluntariado e da não revisão dos protocolos com o INEM e a Protecção Civil.
O candidato defendeu que o Estado deveria financiar a maior parte das despesas dos bombeiros e garantir parte substantiva das suas despesas. Outra das propostas passa pela valorização da função e da carreira do bombeiro.