Exige-se à UE respeito pelas eleições na Venezuela

RES­PEITO A Rede Eu­ro­peia de So­li­da­ri­e­dade com a Ve­ne­zuela lançou uma pe­tição exi­gindo da União Eu­ro­peia o res­peito pela von­tade de­mo­crá­tica dos ve­ne­zu­e­lanos e o re­co­nhe­ci­mento dos re­sul­tados das elei­ções de 6 de De­zembro. Sandra Pe­reira é uma das pri­meiras sig­na­tá­rias.

Con­correm 107 par­tidos e 14 400 can­di­datos aos 277 as­sentos par­la­men­tares

De­zenas de per­so­na­li­dades da po­lí­tica, ci­ência e cul­tura estão entre os pri­meiros as­si­nantes de uma pe­tição di­vul­gada no dia 20, em Bru­xelas, ins­tando a União Eu­ro­peia (UE) a res­peitar os re­sul­tados das pró­ximas elei­ções par­la­men­tares na Ve­ne­zuela.

«Se a UE aposta ver­da­dei­ra­mente em ser um vector de paz num mundo de tur­bu­lên­cias, não deve apoiar a via da vi­o­lência e da con­fron­tação na Ve­ne­zuela. Por isso pe­dimos-lhe que res­peite o re­sul­tado elei­toral do pró­ximo dia 6 de De­zembro e apoie a von­tade de­mo­crá­tica dos ve­ne­zu­e­lanos», afirma o texto da pe­tição, en­viada a Josep Borrel, «alto re­pre­sen­tante da UE para os As­suntos Ex­te­ri­ores e Po­lí­tica de Se­gu­rança».

O ex-pre­si­dente equa­to­riano Ra­fael Correa, o Prémio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquível, o mú­sico bri­tâ­nico Roger Wa­ters, o in­te­lec­tual Atilio Borón ou o teó­logo bra­si­leiro Frei Betto estão entre os subs­cri­tores da pe­tição, assim como a de­pu­tada do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu, Sandra Pe­reira, igual­mente vice-pre­si­dente da De­le­gação da As­sem­bleia Par­la­mentar Euro-La­tino-ame­ri­cana (EU­ROLAT).

O apelo a res­peitar a so­be­rania e a au­to­de­ter­mi­nação do povo ve­ne­zu­e­lano su­blinha também as pres­sões dos Es­tados Unidos da Amé­rica e o seu ob­jec­tivo de impor uma mu­dança de re­gime no país sul-ame­ri­cano.

Este ali­nha­mento com as in­ge­rên­cias de Washington é um grave sinal de ab­di­cação de uma po­lí­tica ex­terna in­de­pen­dente, a qual é vei­cu­lada em nu­me­rosos dis­cursos – alerta a pe­tição, numa alusão à po­sição da UE face às elei­ções le­gis­la­tivas na Ve­ne­zuela.

Nesse sen­tido, as per­so­na­li­dades subs­cri­toras la­mentam que a União Eu­ro­peia tenha de­ci­dido re­jeitar o con­vite do Es­tado ve­ne­zu­e­lano para en­viar ob­ser­va­dores a fim de acom­pa­nhar o bom de­sen­rolar da vo­tação.

«Apesar dos rei­te­rados apelos ao diá­logo feitos pela Ve­ne­zuela, a UE negou-se a aceitar o novo con­senso de­mo­crá­tico», acusam no texto da pe­tição po­lí­ticos, par­la­men­tares, jor­na­listas, de­fen­sores dos di­reitos hu­manos, es­cri­tores, aca­dé­micos, eco­no­mistas, pro­fes­sores e ci­ne­astas de vá­rios países.

Os subs­cri­tores re­cordam que, du­rante o ano em curso, as con­ver­sa­ções entre o go­verno e a opo­sição de­ci­dida a re­tomar a via cons­ti­tu­ci­onal con­du­ziram ao es­ta­be­le­ci­mento de novas ga­ran­tias elei­to­rais, aceites pelas forças po­lí­ticas en­vol­vidas no pro­cesso.

O ca­rácter de­mo­crá­tico das elei­ções le­gis­la­tivas de 6 de De­zembro na Ve­ne­zuela é ilus­trado pelos nú­meros em pre­sença: con­correm 107 par­tidos e 14 400 can­di­datos aos 277 as­sentos da As­sem­bleia Na­ci­onal, ha­vendo mais de 20 mi­lhões de elei­tores ins­critos.




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