«Bancos» de horas não pagam contas
Na fábrica Izidoro (Grupo Montalva), no Montijo, cerca de 160 trabalhadores votaram contra o «banco» de horas, no referendo que a empresa promoveu dia 6, informou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Alimentar do Centro, Sul e Ilhas. Foi assim gorada a intenção patronal, evitando que os trabalhadores passassem a ser obrigados a laborar até mais duas horas por dia, 10 horas por semana e 150 horas por ano, sem serem remunerados por isso. Para aprovar o «banco» de horas seria necessário o voto de 65 por cento dos cerca de 300 trabalhadores. Mas a maioria disse «não», salienta o sindicato, na nota publicada dia 23 pela CGTP-IN, realçando que «o “banco” de horas não paga as contas ao fim do mês».
Na Novadis, empresa do Grupo SCC Heineken distribuidora da cerveja Sagres, os trabalhadores decidiram lançar um abaixo-assinado contra a insistência patronal em aplicar um regime de «banco» de horas que consideram ilegal. O Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos (Sintab/CGTP-IN), num comunicado de dia 20, explica que a administração invocou contratação colectiva subscrita pela associação patronal Adipa com a UGT, «que não representa nenhum destes trabalhadores», pelo que o «banco» de horas não pode vigorar para os associados do Sintab.
Para aplicar o «banco» de horas, a Galpgeste (Grupo Galp Energia) decidiu realizar um referendo, no dia 20, «passando com isso a falsa imagem de democracia, quando afinal se trata da tentativa de legitimar o agravamento do horário de trabalho», denunciaram a Fiequimetal e os seus sindicatos. A trabalhadores e clientes foi distribuído um folheto, em várias áreas de serviço.
O contrato colectivo de trabalho define acréscimos de remuneração do trabalho suplementar e descanso compensatório remunerado, salienta o CESP/CGTP-IN, que apelou ao voto «não» no referendo que a direcção da Fundação Viscondes de Messangil (Pias, concelho de Serpa) marcou para anteontem, dia 24.