António Dias Lourenço, uma voz do povo na Constituinte e na Assembleia da República, da autoria de Luís Farinha, é o mais recente volume da Colecção Parlamento, composta por 11 monografias de deputados à Assembleia Constituinte. Desta colecção destacam-se também os volumes que se debruçam sobre Maria Alda Nogueira (já publicado) e Carlos Aboim Inglez, também do PCP.

Destacado dirigente comunista e resistente antifascista, António Dias Lourenço nasceu em Vila Franca de Xira em 1915. Aos 13 anos, começou a trabalhar nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, em Alverca, conhecendo desde cedo a realidade das fábricas, a classe operária, suas lutas e reivindicações. Aderiu ao PCP aos 17 anos.

Em 1942, com 27 anos, passou à clandestinidade como funcionário do Partido, assumindo várias responsabilidades, como o acompanhamento a tipografias clandestinas e o aparelho central de distribuição da imprensa partidária. Com papel activo na reorganização de 1940/41, foi responsável por várias organizações. Esteve preso 17 anos e protagonizou uma audaciosa fuga de Peniche em 1954. Foi, durante décadas, membro do Comité Central e dos seus organismos executivos.

Após a Revolução, foi director do Avante!, tarefa que assumiu até 1991, e eleito deputado em várias ocasiões: para a Assembleia Constituinte, pelo círculo eleitoral de Setúbal, e cinco vezes para a Assembleia da República, por Coimbra e Santarém. António Dias Lourenço foi também um dos impulsionadores da Festa do Avante!.