CGTP-IN celebra 50 anos ao lado dos trabalhadores e em luta pelas suas reivindicações

INTERVENÇÃO A CGTP-IN celebra hoje o seu cinquentenário. Inserida no programa de comemorações está uma exposição, inaugurada na segunda-feira, na praça Luís de Camões, em Lisboa, que ficará patente até 15 de Outubro.

«Olhamos para o passado como fonte de força para a luta que temos pela frente»

Há 50 anos, a 1 de Outubro de 1970, quatro direcções de sindicatos de Lisboa da confiança dos trabalhadores (caixeiros, lanifícios, metalúrgicos e bancários) convocavam a primeira reunião intersindical para o dia 11 do mesmo mês. Da sua ordem de trabalhos, constava a análise e estudo do Decreto-Lei n.º 49 212 (arbitragens, fundo de mão-de-obra e convenções colectivas), horário de trabalho, censura e liberdade de reunião.

Decorridos 50 anos, a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) continua a lutar pelo fim das injustiças, das desigualdades, das discriminações e das exclusões no trabalho e na vida. São cinco décadas de acção e luta junto dos trabalhadores, nos locais de trabalho e nas ruas.

A exposição é constituída por 24 painéis, compostos por textos e imagens que testemunham alguns dos acontecimentos mais marcantes da história da central sindical, organizados em cinco grandes temas: fundação, 1.º de Maio, aniversários, greves gerais, congressos. Homenageia, também, os que dedicaram a sua vida à luta pela liberdade, justiça social, democracia e paz, pelo fim da exploração do homem pelo homem.

Tomar nas suas mãos
os seus destinos

Com os últimos preparativos realizados na estrutura que permite aos transeuntes ver de longe o símbolo de unidade dos trabalhadores de todos os sectores, um pouco antes das 18h00 do dia 28 eram já muitos os para ali se dirigiam e aproximavam para visitar a exposição. A inauguração ficou a cargo da Secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, que evocou a história, características e objectivos da central sindical.

O percurso da Intersindical, afirmou, funde-se «com a história do movimento operário e a luta de todos os trabalhadores do nosso País». «Da acção nos tempos de monarquia e na Primeira República, à resposta em plena noite fascista, a CGTP-IN é herdeira de um movimento que tem como marca indissociável a ligação aos locais de trabalho, enquanto alicerce da resposta organizada aos problemas dos trabalhadores», acrescentou.

A dirigente sindical realçou ainda que o movimento sindical unitário é «composto por homens e mulheres que, independentemente das suas opções partidárias ou religiosas, são acima de tudo pessoas sérias, respeitadas e credibilizadas juntos dos seus camaradas de trabalho e dedicadas à causa sindical». Uma causa que é alimentada por uma acção portadora de esperança e de confiança na capacidade dos trabalhadores tomarem nas suas mãos os seus destinos.

Para a Secretária-geral, a natureza de classe da CGTP-IN, que a acompanha em toda a sua história, resulta na definição colectiva de reivindicações, objectivos programáticos, formas de acção e luta assentes nos princípios estruturantes da solidariedade, democracia e independência.

Assim, é a CGTP-IN, «um movimento sindical de massas, cuja fonte de vitalidade está naqueles que o constituem, constroem, rejuvenescem e reforçam todos os dias».

Hora de fazer
rupturas

O projecto da Inter, garantiu Isabel Camarinha, está em permanente construção: «Vivemos um momento de novos e acrescidos desafios para o movimento sindical», disse, acrescentando que «as opções políticas dominantes e os planos que estão a ser apresentados tratam o trabalho e os trabalhadores como peças descartáveis na engrenagem do lucro».

Este é, assim, para a CGTP-IN, um momento que exige a mobilização pelo aumento geral dos salários e pensões; pela fixação a curto prazo do SMN nos 850 euros; pela valorização das carreiras; pela estabilidade no emprego e pelo fim da precariedade; pela contratação colectiva; pela revogação das normas gravosas da legislação laboral; pelas 35 horas de trabalho para todos; pela dinamização da produção nacional e pela recuperação dos sectores estratégicos; pela soberania e por um novo rumo para Portugal.

«Olhamos para o passado não com saudosismo, mas como fonte de inspiração e de força para a luta que temos pela frente», concluiu Isabel Camarinha.

Uma exposição
para todos

Antes da Secretária-geral, já Fernando Gomes, da Comissão Executiva da central, tinha saudado os presentes e os representantes institucionais que ali se encontravam (entre os quais Paulo Raimundo, do Secretariado em representação do PCP) e referido que aquela exposição, que conta com mais de 201 imagens, iria também estar presente no Porto e em Setúbal. Revelou igualmente que uma versão mais leve da mesma iria estar, de forma itinerante, pelas capitais de distrito.

O dirigente mencionou ainda a edição especial do jornal Alavanca que serve de catálogo à exposição e a áudio-descrição que cada painel tem disponível, de forma a torná-los mais inclusivos.

PCP ao lado dos trabalhadores, agora e sempre

Jerónimo de Sousa visitou a exposição comemorativa do 50.º aniversário da CGTP-IN ao início da tarde de terça-feira, dia 29, reafirmando o compromisso do PCP com os trabalhadores, a sua história e as suas lutas.

Em declarações prestadas no local, o Secretário-geral do PCP manifestou a sua admiração pela estrutura sindical que integrou ainda antes do 25 de Abril: «Estamos perante uma central sindical que é a obra mais notável do movimento operário e sindical português e que ao longo de 50 anos se manteve sempre ao lado dos trabalhadores e dos seus direitos».

Para o dirigente comunista, a CGTP-IN tem um «papel insubstituível na sociedade portuguesa» e aquela exposição, «mais do que uma recordação, é uma homenagem por aquela grande construção colectiva na defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores».



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