Multinacional francesa anuncia milhares de despedimentos
«POUPAR» A multinacional automóvel Renault anunciou que vai «reestruturar a empresa» e «poupar» dois mil milhões de euros nos próximos três anos, fechando duas fábricas e despedindo 15 mil trabalhadores, 4600 dos quais em França.
Renault planeia fechar duas fábricas e suprimir 15 mil postos de trabalho
Os sindicatos já rejeitaram a proposta da Renault. Após uma reunião com a direcção, na terça-feira, 29, na sede da companhia, nos arredores de Paris, os quatro principais sindicatos na empresa (CGT, CFDT, FO e CFE-CGC) anunciaram o seu desacordo com o plano proposto pelo patronato. Alegadamente para sanear a sua situação financeira, a Renault pretende continuar a arrecadar milhões de lucros, anunciando o encerramento da fábrica de reciclagem de Choisy-le-Roi e a de automóveis de Flins, ambas na região de Paris, bem como suprimindo 15 mil postos de trabalho em todo o mundo, 4600 dos quais em França.
Um delegado sindical da Confederação Geral dos Trabalho (CGT) na unidade da Renault em Le Mans, Richard Germain, manifestou-se preocupado com a situação, inclusivamente na sua fábrica, por mais que esteja (pelo menos para já) excluída do plano de reestruturação: «fabricamos peças para chassis de quase todas as gamas de automóveis (Renault, Dacia, Nissan, etc.). O que acontece noutras fábricas afecta-nos inevitavelmente».
Governo destrói
serviços públicos
O sindicato francês Solidários das Finanças Públicas acusou o governo de destruir os serviços sociais esvaziando o orçamento do Estado de 2021 de verbas para o seu relançamento.
«Fiel à sua conduta, este governo mantém a política de destruição dos serviços públicos, ao não prever um plano de recuperação», denuncia o sindicato em comunicado, após a apresentação, no início desta semana, pelo ministro da Economia e Finanças, Bruno le Maire, da proposta de orçamento, marcada por um forte aumento da dívida pública.
Num contexto caracterizado pelo impacto da COVID-19, o governo não aprende com a experiência da crise e aposta nas suas políticas anteriores à pandemia, ressalta o sindicato. «Vemos que insiste no caminho da economia neoliberal», insiste Solidários das Finanças Públicas, denunciando também que o plano do governo destina mais de metade dos recursos orçamentais para as empresas.