João Ferreira dedica primeiras acções ao trabalho, escola pública e habitação

INTERVENÇÃO Apresentando-se como uma alternativa ao exercício do cargo de Presidente da República (PR) pela defesa da letra e sentido da Constituição, João Ferreira já está no terreno afirmando direitos e valores nela consagrados.

Ao actual Presidente faltaram afectos para os trabalhadores

A primeira iniciativa pública do candidato foi uma reunião com a direcção da CGTP-IN, ao início da tarde de quarta-feira, 23. Sinal inequívoco do vínculo da candidatura protagonizada por João Ferreira para com o direito ao trabalho com direitos e à conciliação deste com a vida familiar, à valorização dos trabalhadores e do trabalho como elemento central e inalienável do progresso social e económico num País democrático.

Do encontro mantido com uma delegação da Intersindical Nacional, liderada pela sua Secretária-geral, Isabel Camarinha, resultou a constatação de que os baixos salários, a precariedade laboral, a desregulação dos horários, as restrições à actividade sindical e os obstáculos ao acesso a serviços públicos essenciais, agravados pela crise epidémica, não podem deixar de merecer da parte do PR, no quadro dos poderes que lhe estão atribuídos, atenção e intervenção.

De resto, João Ferreira deixou fortes críticas à actuação de Marcelo Rebelo de Sousa nesta matéria, acusando-o não apenas de obliterar da sua acção e palavra a defesa dos trabalhadores e dos seus rendimentos, justamente quando estes foram alvo de nova vaga ofensiva, mas, mais grave, de alinhar com aqueles que vêem na necessária valorização do trabalho e dos trabalhadores um problema, em vez de uma solução catalizadora do bem-estar popular e de recuperação da economia.

O candidato sintetizou, por isso, que ao actual PR faltaram afectos para os trabalhadores, quando o que se impunha era, em vez de indiferença, presença, identificação e solidariedade, a par do estímulo à possibilidade de alteração e superação do actual rumo, onde quem cria riqueza é alvo de cada vez maiores injustiças e exploração.

Escola e casa

Já na sexta-feira, 25, João Ferreira acompanhou, Ana e Alexandre, que levaram o filho, Bruno, à escola, tendo aproveitado a ocasião para trocar impressões sobre o regresso à escola e sobre as dificuldades encontradas.

Na ocasião, João Ferreira considerou que «nada substitui o carácter presencial do processo de ensino-aprendizagem» porque este é «essencial para recuperar atrasos e ultrapassar desigualdades, que se acentuaram ao longo do terceiro período do passado ano lectivo».

Contudo, «a correcta preparação da abertura do ano lectivo exigia, e continua a exigir, a mobilização de mais meios, mais trabalhadores (auxiliares, professores, técnicos, psicólogos), mais condições de segurança», bem como concretizar a redução do número alunos por turma, que já era necessária mesmo antes das actuais circunstâncias».

João Ferreira defendeu, igualmente, a necessidade de garantir «actividades seguras de ocupação do tempos livres», a «prática de educação física e «a plenitude dos processos de aprendizagem, lazer e socialização», questões que «justamente inquietam tantos pais e encarregados de educação».

No sábado, já no Porto, onde participou, à tarde, na acção de luta promovida pela CGTP-IN (ver páginas centrais), o candidato à Presidência da República dedicou a manhã ao direito constitucional de acesso a uma habitação «de dimensão adequada, com condições de higiene e conforto e a preços acessíveis».

Em declaração feita após contactar com moradores da baixa portuense, João Ferreira defendeu, neste domínio, «uma acção determinada dos poderes públicos para assegurar, por um lado, a dinamização do parque de habitação pública, e, por outro, medidas que impeçam fenómenos como a especulação imobiliária».

Nesse sentido, realçou que «também ao PR se exige um outro tipo de actuação», assumindo publicamente que o direito à habitação «não fica apenas nas páginas da Constituição.

Todavia, «aquilo que vimos nos últimos anos» foi que, «quando era importante uma intervenção decidida do PR», como quando «estiveram em confronto os interesses de um grupo financeiro e os de largas dezenas de inquilinos, o Presidente vetou a lei que permitia a estes exercer o direito de preferência», acusou João Ferreira.

Presidente da República
é garante da soberania

Reagindo às declarações do representante diplomático dos EUA, George Glass, que em entrevista ao Expresso ameaçou Portugal de represálias caso não optasse entre ser parceiro económico da China ou amigo e aliado dos EUA, o candidato presidencial João Ferreira salientou que «não se pode aceitar que um embaixador, ou outra qualquer entidade externa, procure utilizar a ameaça – incluindo de sanções – para impor decisões que nada têm a ver com os interesses do povo português e do País».

«As recentes declarações proferidas pelo embaixador norte-americano em Portugal constituem um inaceitável exercício de intromissão na vida nacional, que visa condicionar as opções de Portugal quanto ao seu desenvolvimento e política externa, o que só pode merecer a mais veemente rejeição», insiste João Ferreira, para quem, sendo Portugal um país soberano, «deve reger-se nas relações internacionais, de acordo aliás com o consagrado na Constituição da República Portuguesa, pelos princípios da independência nacional, da não aceitação da ingerência nos assuntos internos dos Estados e da cooperação com todos os povos do mundo».

Neste contexto, «o Presidente da República tem de ser, em todos os momentos e perante quaisquer entidades externas, o garante dessa posição», frisou ainda João Ferreira.

Siza Vieira apoia João Ferreira

Durante a sua deslocação ao Porto, onde contactou, de manhã, com moradores da cidade, e participou, à tarde, na acção de luta da CGTP-IN, João Ferreira encontrou-se com o arquitecto Siza Vieira, com quem manteve uma conversa sobre a situação do país e de quem recebeu o apoio à sua candidatura.

«Um apoio que me muito me honra e que traduz a corrente de alargamento desta candidatura», escreveu João Ferreira nas redes sociais, a acompanhar a foto tirada com o arquitecto.




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