- Nº 2440 (2020/09/3)

Contas da SATA são «tudo menos transparentes»

Nacional

A Comissão Europeia deu «luz verde» a um auxílio estatal português de 133 milhões de euros à transportadora aérea açoriana SATA (que tinha pedido apenas 63 milhões de euros).

O empréstimo temporário, em virtude da crise gerada pela pandemia de COVID-19, tem como objectivo «dotar a empresa de recursos suficientes para fazer face às suas necessidades urgentes e imediatas de liquidez até ao final de Janeiro de 2021», mas «todos os açorianos sabem que a companhia precisava de ser capitalizada e reestruturada muito antes do surto», esclarece a CDU em nota de imprensa.

No documento divulgado no dia 24 de Agosto, a Coligação PCP-PEV lembra que as contas e relatórios da SATA, que tem capital público, «são tudo menos transparentes», interrogando-se assim: «Qual será, então, o motivo que leva a Administração (da empresa) e o Governo Regional a dificultarem tanto o acesso a estas informações?».

A CDU sempre afirmou a defesa da SATA como empresa estruturante e estratégica para a Região. «Uma boa gestão que garanta a saúde económica e financeira do Grupo SATA, e que, simultaneamente, promova uma adequada e correcta gestão operacional da sua frota, tem de ser objecto de qualquer política que se preocupe a sério com os Açores, com o seu desenvolvimento futuro e acima de tudo com os açorianos», defendem comunistas e ecologistas.

Ainda segundo a CDU, a política estratégica definida pelo Governo Regional para a SATA «está longe de nos tranquilizar», tendo em conta que «o cenário que se nos apresenta provoca uma inevitável inquietação em quem, como o povo açoriano, tanto depende desta companhia». Estas dúvidas são corroboradas por diversas organizações representativas dos trabalhadores da SATA que vêm denunciando sucessivos erros de gestão e reclamando uma correcta e adequada gestão que sirva de facto a empresa.