Reforçada cooperação entre Minsk e Moscovo
ALIANÇA A Bielorrússia e a Rússia reafirmaram a disposição de fortalecer ainda mais a sua aliança e ampliar a cooperação mutuamente vantajosa «em todas as áreas». Em Minsk, o chefe do Estado bielorrusso admitiu levar a referendo uma nova Constituição.
Projecto de nova Constituição da Bielorrússia será referendado
Os presidentes da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, e da Rússia, Vladimir Putin, confirmaram no dia 30 de Agosto, durante uma conversa telefónica, o reforço da cooperação entre os dois países.
Os dois estadistas reafirmaram a sua disposição comum para fortalecer ainda mais a aliança russo-bielorrussa e ampliar em todas as áreas a cooperação mutuamente vantajosa.
Um comunicado revela que Putin e Lukashenko acordaram em reunir-se em Moscovo nas próximas semanas.
Na véspera, o presidente russo reconheceu a legitimidade das eleições presidenciais de 9 de Agosto e expressou dúvidas sobre a atitude assumida pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que se recusou a enviar observadores para acompanhar o escrutínio.
Após a publicação dos resultados oficiais – Lukashenko venceu com mais de 80 por cento dos votos – e do começo dos protestos, Minsk denunciou a implicação de países ocidentais, sobretudo a Polónia, a Lituânia e os EUA, na organização, orientação e até financiamento das manifestações da oposição, que tentou também, sem êxito, promover a paralisação do Estado, o boicote à actividade económica do país, nomeadamente através da tentativa de paralisação da actividade laboral nas empresas estatais.
A televisão de Minsk noticiou, entretanto, que os órgãos de justiça estatais bielorrussos registaram no mês findo pelo menos 150 casos de ameaças contra funcionários públicos e que 50 responsáveis por essas ameaças vão ser levados a tribunal.
Os processos tiveram origem em ameaças contra agentes da ordem pública, deputados, juízes, membros da Comissão Central Eleitoral, professores e outros trabalhadores da administração pública. Estas pessoas foram pressionadas, mediante ameaças de represálias contra familiares próximos, no sentido de deixarem de cumprir as suas obrigações e trabalho.
Nova Constituição
O projecto de uma nova Constituição da Bielorrússia será submetido a referendo popular, declarou no dia 31 Alexander Lukashenko, citado pela agência de notícias Belta.
Numa reunião com o presidente do Tribunal Supremo da Bielorrússia, Valentín Sukalo, Lukashenko revelou que juízes e outros especialistas estão já a trabalhar numa proposta de emendas da actual Constituição, defendendo que deve haver mudanças que «façam avançar a sociedade», as quais serão apresentadas ao povo.
De acordo com a Belta, no dia 1, o presidente bielorrusso descartou que venha a haver no país uma guerra civil.
«Se vamos enfrentar-nos uns aos outros, sabem o que acontecerá. Uma guerra civil, no mínimo. Mas não se preocupem, não a teremos», disse Lukashenko durante um encontro com habitantes da cidade de Baránavichi.
Segundo a mesma fonte, quando o presidente chegou à cidade, a primeira coisa que fez foi questionar Anatoli Lis, governador da província de Brest, onde se localiza Baránavichi, sobre o desenvolvimento da campanha agrícola e a preparação dos centros educativos tendo em vista o novo ano escolar, que arrancou no começo deste mês.
O governador informou que a província prevê para este ano uma colheita de 1,6 milhões de toneladas de cereais, incluindo colza e milho, ao que Lukashenko respondeu que «depois de um verão quente, literal e metaforicamente, chegou a hora de usar a nossa energia para fins criativos».