UNIDADE Com greves em curso em vários locais de trabalho, os sindicatos aprovaram um plano de acção, que inclui uma manifestação em Lisboa, para travarem a acção destruidora da administração dos CTT.
Amanhã, dia 7, a partir das 21 horas, os funcionários dos centros de distribuição postal (CDP) de Santarém e Rio Maior realizam uma vigília frente na Praça do Município da sede do distrito. Esta é a mais recente acção divulgada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, que organizou nas últimas semanas diversas greves parciais, com muitas reivindicações comuns. O SNTCT realça as exigências de melhores condições de trabalho e a defesa da qualidade do serviço público postal (nomeadamente o serviço postal universal).
No conjunto de lutas incluem-se, «com grande adesão», as paralisações nos centros de produção e logística do Sul (na Av. Marechal Gomes da Costa, em Lisboa) e do Norte (na Maia).
Até dia 10, segunda-feira, prosseguem greves de duas horas nos CDP de Cantanhede (iniciada a 29 de Julho), Viseu (desde dia 28)
Em Coimbra (CDP 3000) a luta decorreu entre dias 20 e 31 de Julho, com concentrações frente à entrada do edifício CTT na Av. Fernão de Magalhães e, no dia 24, na Praça 8 de Maio, junto à Câmara Municipal.
Na Figueira da Foz (CDP 3080) ocorreram greves de duas horas nos dias 20, 24 e 27 de Julho e houve um desfile até junto do Mercado e da Câmara Municipal.
A greve de duas horas no CDP de Santo Tirso e Trofa, iniciada a 27 de Julho, termina amanhã. No primeiro dia de luta, os carteiros e dirigentes do sindicato deslocaram-se à Câmara Municipal de Santo Tirso e foram recebidos pelo seu presidente, comunicando-lhe as suas preocupações e pedindo-lhe que intervenha.
Em Leiria (CDP 2400) as paralisações decorreram, entre as 8h00 e as 10h00, entre 20 e 24 de Julho. No dia 21 realizou-se uma iniciativa de informação e esclarecimento da população.
A administração dos CTT começou por impor o «cartão de refeição» (em vez do pagamento do subsídio de refeição), recusou negociar aumentos salariais, promove o atraso e degradação do serviço postal por falta de trabalhadores, tenta enganar a opinião pública para esconder a paupérrima situação a que chegou um dos maiores empregadores nacionais, uma empresa com 500 anos de história, que tinha a confiança de todo o País. A acusação foi feita pelo SNTCT e outros oito sindicatos, num comunicado conjunto, a 27 de Julho, alertando para o perigo de outras ideias em marcha e que têm de ser paradas pelos trabalhadores.
Os sindicatos reuniram-se e decidiram avançar com uma série de medidas, nomeadamente: acções em tribunal para exigir o pagamento do subsídio de refeição em dinheiro; pedir a conciliação na negociação salarial; enviar cartas abertas às associações nacionais de Municípios e de Freguesias; distribuir documentos à população nas capitais de distrito; efectuar uma concentração (manifestação) em Lisboa, na semana de 14 a 18 de Setembro; manter reuniões periódicas de sindicatos em Agosto.
«Em unidade e através da luta, os trabalhadores vão conseguir parar a destruição dos CTT, defender o serviço postal universal e conseguir as suas reivindicações», afirmam os sindicatos.