DEFENDER A ECONOMIA NACIONAL

O PCP prosseguirá, confiante, a sua acção

A situação económica e social continua marcada pelos efeitos da epidemia na vida dos portugueses, brutalmente agravada pela ofensiva que, a pretexto dos problemas de saúde e ampliada pelo clima de medo fomentado pelos principais órgãos da comunicação social, o grande capital dirige contra os direitos dos trabalhadores e do povo e contra os interesses nacionais.

Neste contexto, o Orçamento Suplementar apresentado pelo Governo e recentemente discutido e votado na AR não dá resposta aos problemas estruturais que é preciso enfrentar e é claramente desequilibrado a favor do grande capital.

Para o PCP, como sublinhou Jerónimo de Sousa no domingo passado, do que Portugal precisa é de pôr em marcha um verdadeiro programa de desenvolvimento, e não um programa ditado pela agenda e critérios escolhidos pelas grande potências da União Europeia, destinado a servir os seus interesses e os das multinacionais.

De facto, do que Portugal precisa é de superar os profundos problemas que enfrenta e que resultam de décadas de política de direita agora agravados pelos efeitos do surto epidémico COVID-19, responsáveis pelos défices estruturais com que estamos confrontados, nomeadamente o défice produtivo que resulta de uma continuada desindustrialização e abandono de diversas actividades produtivas, a que se juntam os défices energético, científico, demográfico, de infra-estruturas e serviços públicos, que tornaram o País mais dependente e com baixos níveis de crescimento económico.

A par desses défices, o País continua a apresentar profundas desigualdades sociais e regionais onde assume um pronunciado peso específico a precariedade no trabalho, o desemprego e uma persistente e injusta distribuição da riqueza.

Do que Portugal precisa é de pôr em marcha um verdadeiro programa de desenvolvimento do País, um programa e uma política que dê centralidade ao trabalho, valorize os trabalhadores, assegure o papel dos serviços públicos, defenda a produção nacional e garanta o controlo público sobre os sectores básicos e estratégicos.

Portugal precisa de produzir o que nos impuseram comprar lá fora, modernizando e diversificando as actividades económicas e recuperando para o País o que nunca devia ter sido privatizado.

Portugal precisa de acelerar o investimento, adquirir os equipamentos, construir as infra-estruturas, assegurar os serviços públicos essenciais.

Portugal precisa de uma Política Patriótica e de Esquerda que promova a viragem que se impõe na vida nacional. Precisa de soluções para os problemas nacionais acumulados por anos e anos de política de direita. Precisa duma política que garanta o pleno emprego; que assuma como questão decisiva a necessidade de valorizar os salários e os direitos dos trabalhadores, incluindo o Salário Mínimo Nacional; que promova uma justa distribuição da riqueza para a dinamização da economia nacional; que fortaleça o SNS e a Segurança Social e assegure melhores pensões no futuro; que promova uma justa política fiscal, combata os privilégios do grande capital, combata a corrupção e assegure a defesa do regime democrático.

É no combate em defesa dos direitos e pela concretização dessa alternativa que emerge o papel insubstituível do PCP, inerente à sua identidade comunista.

De facto, como a vida tantas vezes nos mostrou e na complexa situação actual se voltou a confirmar, os trabalhadores e o povo sabem que podem contar com o PCP sejam quais forem as circunstâncias em que tenha que intervir.

É neste quadro que o PCP dinamiza a luta dos trabalhadores e das populações em defesa dos seus direitos; assume a iniciativa e intervenção política, desde logo com a acção «nem um direito a menos! confiança e luta por uma vida melhor» em que se integrou o comício na Foz do Arelho, no domingo passado, com a participação de Jerónimo de Sousa; desenvolve a acção junto dos micro, pequenos e médios empresários; intervém em defesa dos serviços públicos, do direito à habitação e pelo reforço do Serviço Nacional de Saúde.

Acautelando as medidas de protecção sanitária necessárias, avança a preparação da Festa do Avante!, com particular atenção à divulgação e venda da EP, a par da sua construção. É também neste plano que se concretiza o reforço do Partido, prosseguindo com a campanha nacional de fundos «o futuro tem partido», assumindo a definição de 100 novos responsáveis de célula e a criação de 100 novas células; se dinamizam as comemorações do centenário; se preparam as eleições para Presidente da República; se prepara o XXI Congresso, planificando a sua terceira fase e estimulando o contributo, a análise, a opinião, a proposta de todos e de cada um dos militantes do Partido.

Desta forma, intervindo e lutando em defesa dos trabalhadores e do povo, o PCP prosseguirá, confiante, a sua acção no combate pelos direitos e pela política alternativa patriótica e de esquerda imprescindível ao desenvolvimento soberano do País.