«Estamos aqui!» Contra o medo e por «nem um direito a menos»
CONFIANÇA No vibrante comício realizado em Lisboa no domingo, 7, sob o lema Nem um direito a menos. Confiança e luta por uma vida melhor, Jerónimo de Sousa salientou que «os trabalhadores e o nosso povo sabem que podem contar com o PCP, sejam quais forem as circunstâncias que se apresentem. Foi assim no passado, assim será no futuro».
O medo e o alarmismo são paralisantes e servem os grandes interesses
O comício de domingo, à semelhança da persistente e corajosa intervenção do PCP nos últimos (e complexos) meses, ajudou a derrubar algumas ideias disseminadas nos últimos tempos por aqueles a quem o isolamento, o medo e o conformismo servem às mil maravilhas. Como ficou uma vez mais evidente, a luta, a actividade política e o exercício pleno dos direitos democráticos não constituem qualquer risco para a saúde pública, antes são, neste momento como em qualquer outro, factores decisivos para defender salários, condições e vida e direitos (incluindo à saúde) e trilhar caminhos alternativos.
Salvaguardado o necessário distanciamentol – os participantes tinham o seu lugar previamente marcado –, o comício realizado no anfiteatro natural do jardim Amália Rodrigues, com uma soberba vista sobre a baixa de Lisboa e o Tejo, constituiu uma poderosa demonstração de organização, disciplina e combatividade, demonstrando a quem ainda pudesse ter dúvidas que é possível resistir, intervir e lutar e, ao mesmo tempo, salvaguardar a saúde pública. Como frisou o Secretário-geral na sua intervenção, o PCP nunca se «conteve ou deixou paralisar perante os mais difíceis obstáculos», como uma vez mais demonstra na situação exigente que atravessamos.
Nas pancartas que muitos empunhavam exibia-se motivos de protesto e razões de luta. Criticou-se o abuso do recurso ao lay-off por parte de grandes empresas; defendeu-se o Serviço Nacional de Saúde e a escola pública; reclamou-se direitos para os trabalhadores do sector aéreo; exigiu-se o reforço da produção nacional e o alargamento da oferta e qualidade dos transportes públicos. Dos vários concelhos da Área Metropolitana de Lisboa vieram outras reivindicações: a reabertura da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, a construção de um hospital público em Sintra e o alargamento das valência do Hospital do Barreiro, o abandono definitivo do projecto da Linha Circular do Metropolitano e, em alternativa, a sua extensão a Loures.
De outras causas e batalhas deu conta Jerónimo de Sousa na sua intervenção, que publicamos na íntegra nas páginas seguintes.