China acusa EUA de quererem «uma nova Guerra Fria»

TENSÕES Guerra comercial e, com a pandemia de COVID-19 em pano de fundo, acusações e ataques. As relações entre Pequim e Washington não cessam de degradar-se. A China alerta para uma «nova Guerra Fria».

Pequim acusa Washington de propagar rumores para estigmatizar a China

 

O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, afirmou que China e EUA estão à beira de uma «nova Guerra Fria», devido ao aumento de tensões relacionadas com a pandemia de COVID-19. «Além da devastação causada pelo novo coronavírus, um vírus político propaga-se nos EUA», lamentou o chefe da diplomacia chinesa, no domingo, 24, acusando os responsáveis políticos norte-americanos de querer «propagar rumores» a fim de «estigmatizar a China».

 

«Este vírus político aproveita todas as ocasiões para atacar e difamar a China», afirmou Wang Yi, insistindo que «certas forças políticas norte-americanas tomam como reféns as relações entre a China e os EUA e empurram os nossos dois países para a beira de uma nova Guerra Fria».

 

O presidente Donald Trump tem acusado as autoridades chinesas de ter demorado a comunicar dados cruciais sobre a gravidade do vírus. Também disse, sem fornecer provas, que o SARS-CoV-2 poderia ter surgido no laboratório de alta segurança de Wuhan, tese logo desmentida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por peritos de todo o mundo, mesmo dos EUA.

 

Pequim refuta as acusações e o ministro Wang Yi reafirmou que as autoridades chinesas estão prontas para uma cooperação internacional visando fazer luz sobre a origem o vírus. Com a única condição de que tal cooperação se abstenha de toda a «ingerência política».

 

Investir na saúde

 

Na 73.ª Assembleia Mundial da Saúde, celebrada de forma virtual, neste mês, o director-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, asseverou que se o mundo deseja desenvolver-se tem de investir no sector da saúde para enfrentar situações de emergência sanitária.

 

«A saúde não é um luxo, é uma necessidade. Não é uma recompensa do desenvolvimento, ao contrário, é um requisito prévio. Não é um custo, é um investimento. É o caminho para a segurança, a prosperidade e a paz», enfatizou. Alertou que o novo coronavírus afecta outros avanços dos sistemas sanitários, entre eles o programa materno-infantil e a luta contra o VIH E defendeu que «o único caminho rumo ao futuro é um caminho unido», da comunidade mundial.

 

Usando também da palavra na assembleia, de forma virtual, o presidente chinês, Xi Jinping, defendeu também a visão de que a Humanidade é uma «comunidade de futuro compartilhado». Anunciou que a China vai disponibilizar, nos próximos dois anos, dois mil milhões de dólares para apoiar a resposta sanitária e o desenvolvimento económico e social dos países afectados. E assegurou que «assim que a vacina chinesa esteja desenvolvida e pronta para uso, ela será disponibilizada como um bem público global».




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