Cantar Grândola, Vila Morena no dia 25 de Abril
ABRIL As manifestações nas ruas foram canceladas devido à COVID-19, mas a Comissão Promotora das Comemorações Populares do 25 de Abril apela a que se cante a Grândola para assinalar os 46 anos da Revolução dos Cravos.
Lutar para acabar com múltiplas discriminações e injustiças sociais
No dia 25 de Abril, às 15h00, todos devem fazer uma pausa – dentro do possível, pois não se podem parar algumas actividades (nomeadamente as de saúde) – e, nas janelas e varandas, cantar a Grândola, Vila Morena, transmitida pelos meios audiovisuais da comunicação social (televisão e rádios).
Sobre a «difícil crise» que Portugal e o mundo enfrentam, a Comissão reafirma que para cumprir Abril impõe-se «continuar a lutar para acabar com múltiplas discriminações e injustiças sociais, ainda existentes, e que a pobreza, a desigualdade de género, a xenofobia e racismo têm de ser combatidos e expurgados da nossa sociedade» e «impedir que sejam os trabalhadores e as pessoas mais vulneráveis a serem as principais vítimas das nefastas consequências económicas e sociais da crise provocada pela pandemia do COVID-19».
Depois da crise, «é preciso continuar a combater políticas de retrocesso como a precarização das relações de trabalho e o aumento da exploração dos trabalhadores, a manutenção dos baixos salários, o ataque aos serviços públicos e às funções sociais do Estado que devem ser garantidos de forma universal, não deixando de defender o interesse nacional na política externa», prossegue a Comissão, num documento divulgado recentemente.
Defender o SNS
Reposição e aumento de rendimentos e salários, estabilidade laboral, reforço dos serviços públicos, garantia do direito à educação e à saúde, garantia do acesso à fruição e criação cultural, direitos das famílias são outras das exigências.
«A calamidade que enfrentamos evidencia, uma vez mais, o valor inestimável do Serviço Nacional de Saúde (SNS) como eixo estruturante do regime democrático, só possível graças à Revolução de Abril e que importa defender e reforçar», acentua a Comissão, dirigindo «uma sentida e justa saudação a todos os profissionais de saúde pela sua abnegada dedicação à causa pública, tantas vezes com risco para a própria vida».
Comemorar os 46 anos da Revolução dos Cravos é, assim, «convergir na defesa dos valores de Abril, na defesa da liberdade, da democracia, da reposição e conquista de direitos e rendimentos, do desenvolvimento de políticas para uma mais justa distribuição da riqueza, da construção de uma sociedade inclusiva, caminho que só é possível ultrapassando os constrangimentos impostos a um desenvolvimento nacional sustentável e soberano».