
O Dia Nacional do Teatro foi celebrado, na passada sexta-feira, em condições particulares. Para os teatros nacionais D. Maria II, em Lisboa, e S. João, no Porto, as celebrações saltaram para o formato online e para as redes sociais com uma vasta oferta cultural.
Para o Teatro Nacional D. Maria II, o dia 27 começou pelas 11h00 com a transmissão da peça infantil A origem das espécies, inspirada em Charles Darwin.
A parte da tarde foi preenchida com a Maratona Clube dos Poetas Vivos, iniciativa conjunta do D. Maria II e da Casa Fernando Pessoa, com uma edição especial do podcast TEATRA, e ainda com a estreia online de Sopro, de Tiago Rodrigues.
O Teatro Nacional São João, por sua vez, assinalou a efeméride com uma visita guiada online e com a transmissão da peça Castro, de António Ferreira.
Quatro centenas de peixes de uma espécie em perigo de extinção foram colocadas em meio natural, no rio Alcabrichel, em Ramalhal, Torres Vedras.
A iniciativa foi dinamizada por organizações sociais, universitárias e científicas e por autarquias. Os peixes, pertencentes à espécie ruivaco-do-oeste, foram reproduzidos no Posto Aquícola de Campelo e foram libertados na zona do rio de onde foram capturados os reprodutores.
A acção faz parte de um projecto que começou em 2008 e que tem como objectivo reproduzir e manter populações de peixes de água doce que estejam ameaçadas no País.
A Casa-Museu Miguel Torga, em Coimbra, foi classificada, no dia 27, como monumento de interesse público pelo testemunho de vivências e factos históricos associados ao escritor.
A portaria que classifica o monumento, publicada no Diário da República, salienta a concepção arquitectónica e urbanística da casa onde Miguel Torga viveu entre 1953 e 1995.
A casa foi um local de vivência não apenas familiar, mas de sociabilidade intensa com amigos e outros interlocutores, desde políticos a intelectuais. Não se trata apenas de um espaço físico onde residiu Miguel Torga, mas sim de um local que foi testemunho de um percurso de vida inseparável da obra literária que o mesmo legou ao País, pode-se ler no documento publicado.
Na casa, construída entre 1952 e 1953, encontra-se uma parte importante do espólio do escritor.
A escritora portuguesa Mécia de Sena faleceu no dia 28 em Los Angeles, Califórnia, poucos dias depois de ter completado o seu centésimo aniversário.
Filha do músico, compositor e investigador Armando Leça, e irmã do professor, crítico e historiador Óscar Lopes, Mécia de Freitas Lopes Sena nasceu a 16 de Março de 1920 em Leça da Palmeira. Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas e leccionou no Conservatório de Música do Porto. Depois do casamento com Jorge Sena, em 1949, começou a escrever e colaborar de forma literária com o marido. Foram as cartas e a escrita de natureza diarísticas que marcaram a sua produção literária.
Com a morte do seu marido, em 1978, Mécia de Sena dedicou-se à organização, documentação, promoção, revelação e edição do espólio do autor.