PROSSEGUIR A LUTA E A INTERVENÇÃO DO PCP

«pelos interesses dos trabalhadores e do povo»

A situação nacional continua marcada pelas preocupações perante a progressão do surto epidémico COVID-19 cujo combate exige, como repetidas vezes o PCP tem afirmado, como medida essencial o reforço do Serviço Nacional de Saúde.

Por outro lado, perante as consequências económicas e as crescentes dificuldades de muitas empresas ou pelo despudorado aproveitamento da situação por sectores do patronato, milhares de trabalhadores estão a ser confrontados com despedimentos, perdas de salário, férias forçadas e outros ataques aos seus direitos.

Neste contexto, importa valorizar a luta travada pelos trabalhadores, que se continua a desenvolvernas empresas, locais de trabalho e sectores contra esses abusos e em defesa dos seus direitos, como aconteceu na semana passada com as diversas acções da juventude trabalhadora, que tiveram lugar pelo País, promovidas pela CGTP-IN/Interjovem.

Dirigindo-se aos jovens, no sábado passado, o Secretário-geral do PCP salientouqueestes são dias de valorização da contribuição dos jovens para a luta contra o fascismo, mas que são, principalmente, momento de afirmação do direito a ter direitos, do direito a uma vida melhor.

Referindo que as novas circunstâncias, com a eclosão do surto epidémico, impediram as acções de rua programadas, nomeadamente a manifestação nacional da juventude trabalhadora convocada pela GGTP-IN/Interjovem para 26 de Março, Jerónimo de Sousa salientou que, no entanto, tais circunstâncias «não limitaram nem os direitos, nem os sonhos das jovens gerações. E não impediram também a sua criatividade, a sua energia transformadora, desta vez espelhada nas redes sociais», sublinhando ainda que «no PCP, e também na JCP, sabemos bem o quanto os jovens estão entre os primeiros afectados pelas consequências do surto epidémico, seja na escola, com a angústia de não saber o que vai acontecer nos dias que virão, seja nas empresas e locais de trabalho, confrontados com uma leva de despedimentos e o corte nos direitos, que sectores patronais estão a promover, com esse pretexto, e abusando já das novas regras do período experimental de 180 dias.

E apelando aos jovens a que não baixem os braços, a que não se calem perante as injustiças ou os atropelos, para que, pelos meios de que agora dispomos, façam ouvir a sua voz, Jerónimo de Sousa sublinharia ainda: «estamos convosco nas reclamações tão sentidas pela escola pública, gratuita e de qualidade, pelo fim das propinas, contra os exames nacionais, pelo emprego com direitos, pelo combate à precariedade. Assinamos por baixo a vossa luta pelo acesso à cultura, ao desporto, a uma habitação digna, ao lazer, à saúde e à educação sexual, à igualdade».

É também neste quadro, aproveitando e adaptando todos os meios ao seu alcance, que o PCP intervém no plano político geral e avança, nomeadamente na Assembleia da República, um diversificado conjunto de iniciativas legislativas, que hoje mesmo serão discutidas e votadas, com propostas – destacadas nas páginas centrais desta edição do Avante! – que visam a resposta a um conjunto de problemas que se têm verificado, reforçando a abrangência e o reforço de medidas já existentes ou propondo novas medidas em defesa dos trabalhadores, do povo e do País.

Na linha da frente do combate ao surto epidémico e na defesa dos direitos, o PCP assume e divulga as suas posições, como aconteceu esta semana, sobre a TAP, sobre a soberania alimentar (através de uma audição com recurso aos meios electrónicos), sobre o Estado de Emergência, ou, como vai acontecer hoje mesmo, em defesa da Constituição da República Portuguesa e, nos próximos dias, sobre a situação das MPME, sobre saúde e segurança social.

No mesmo sentido, o PCP garante o seu funcionamento, avança na concretização da campanha nacional de fundos «o futuro tem partido», prepara o XXI Congresso, assegura o recebimento de quotizações e a distribuição do Avante! e finaliza a acção dos 5 mil contactos.

O PCP denuncia igualmente a ausência de respostas do Conselho Europeu aos problemas resultantes do surto COVID-19, o que contrasta com a agilidade das medidas de assistência ao capital financeiro, como as que foram de imediato desencadeadas pelo BCE. Do mesmo modo que condena a nova provocação golpista dos EUA contra a Venezuela, ao mesmo tempo que reafirma a sua solidariedade às forças bolivarianas e ao povo da Venezuela e à sua luta em defesa da Revolução bolivariana e da soberania da sua pátria.

Em coerência com este combate de fundo por um Portugal com futuro, o PCP reafirma que a solução para os problemas nacionais não está em falsas saídas. Antes está numa política alternativa patriótica e de esquerda e na alternativa política que ponha em prática as medidas que se impõem para responder às suas necessidades, para defender os seus interesses – os interesses dos trabalhadores e do povo.