Um legado da medicina e de luta
O médico e antifascista Manuel Sá Marques, homem de grande prestígio na sociedade portuguesa, como médico exemplar e cidadão solidário, faleceu na semana passada aos 97 anos.
Destacado diabetologista e uma das mais importantes figuras da medicina da segunda metade do século XX, com uma longa carreira de várias décadas nos hospitais civis de Lisboa, e, principalmente, na Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, Manuel Sá Marques viveu uma vida repleta de actividade cívica e intervenção política, mantendo sempre um inquebrável compromisso com a sua integralidade humanista.
Teve um papel determinante no movimento associativo médico, iniciado no seio da Ordem dos Médicos, em 1958, e foi um participante activo no sindicalismo médico, tendo contribuído para a constituição legal do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (1979), de que foi o primeiro presidente.
Integrou o Movimento de Unidade Antifascista, o Movimento de Unidade Democrática e ainda a Comissão Nacional de Socorro aos Pre-
sos Políticos. Trabalhou ainda nas campanhas presidenciais de Norton de Matos, Ruy Luís Gomes e de Humberto Delgado.
Foi um dedicado activista da CDU, participando nas suas iniciativas e batalhas eleitorais, assim como da CGTP-IN.