1818 –1819 – A Jangada da Medusa

A Jangada da Medusa – Le Radeau de la Méduse, em francês – é uma pintura a óleo da autoria de Théodore Géricault, inspirada no naufrágio da fragata real «Medusa», que a 17 de Junho de 1816 deixou Rochefort, em França, com destino a Saint-Louis, no Senegal, a nova colónia francesa. A bordo seguiam 400 pessoas, incluindo o novo governador do Senegal e a respectiva família. Um desentendimento entre o comandante do barco, Hugues du Roy de Chaumareys, e os oficiais terá feito encalhar a fragata, a 2 de Julho, entre as Canárias e Cabo Verde, apesar das boas condições de navegabilidade. A forma como foi feita a evacuação do barco levou à tragédia: enquanto o governador, o capitão e grande parte dos oficiais ocuparam os salva-vidas, cerca de centena e meia de tripulantes foram colocados numa jangada. De forma acidental ou não, o cabo que atava a jangada a um dos salva-vidas soltou-se e a precária embarcação ficou à deriva durante 13 dias. Nesse período, ocorreram a bordo assassinatos e actos de canibalismo. Quando foi resgatada, na jangada da Medusa havia apenas 15 sobreviventes. A obra de Théodore Géricault, que actualmente se encontra na Museu do Louvre, integrou a exposição no Salão de Paris, em 1919, e causou então grande polémica pelo seu realismo.