1909 – Manifesto Futurista

«Até hoje a literatura tem exaltado a imobilidade pensativa, o êxtase e o sono. Queremos exaltar o movimento agressivo, a insónia febril, a velocidade, o salto mortal, a bofetada e o murro» – assim reza o artigo terceiro do Manifesto Futurista, declaração de princípios que inaugurou um dos mais importantes movimentos artísticos do século XX. Redigido pelo jornalista e escritor Emilio Filippo Tommaso Marinetti, ao que consta depois de uma noite de farra em que um grupo de pintores e escritores italianos decide «combater os velhos valores, por uma nova estética», o texto foi publicado no jornal Le Figaro, em 11 artigos. Tendo como porta-voz oficial a revista Poesia, editada por Marinetti, o futurismo espalhou-se pela Europa e encontrou simpatizantes em todas as áreas, mas se nas artes foi o ponto de partida de correntes inovadoras como o cubismo, surrealismo e o construtivismo, na política acabou por ficar ligado ao fascismo, devido à sua apologia da violência, do militarismo, da guerra. Para a posteridade ficaram o Manifesto e as obras de futuristas proeminentes como Umberto Boccioni (autor da famosa pintura O despertar da cidade, que aqui se reproduz), Giacomo Balla ou Duchamp.