GREVES Rejeitando a reforma do sistema público de pensões, os trabalhadores franceses fizeram duas greves gerais numa semana e manifestações de rua em Paris e noutras cidades, afectadas pelas paralisações no sector dos transportes.
Sindicatos franceses convocaram novas jornadas de protestos, entre elas uma manifestação nacional em Paris, no dia 17, para exigir ao governo que desista dos planos de reformar o sistema público de pensões.
As centrais sindicais apelaram a mobilizações locais para hoje, quinta-feira, 12, um dia depois do primeiro-ministro Edouard Philippe apresentar o polémico sistema universal por pontos, para substituir os actuais 42 regimes de pensões.
Na terça-feira, 10, pelo sexto dia consecutivo de manifestações desde a greve geral de 5 de Dezembro, a situação no sector dos transportes era complicada, com cenários críticos em algumas zonas da França devido à paralisação da maioria dos comboios interurbanos. Paris continuava com severas restrições pela paralisação de quase todas as 16 linhas de metro e com os autocarros reduzidos a metade. Foram cancelados voos domésticos e internacionais de média distância, havendo notícia de trabalhadores em greve que instam os companheiros de outros sectores a juntar-se à paralisação. Os sindicatos de polícias vão incorporar-se na greve de rejeição à reforma do sistema de pensões, que o governo considera justa mas que os sindicatos e forças políticas de esquerda qualificam de atentado aos bolsos dos reformados.
Milhares de pessoas desfilaram de novo na terça-feira por avenidas e ruas de Paris, embora a participação tenha sido menor, tanto na capital como em outras cidades, do que a mobilização de 5 de Dezembro, que reuniu entre 800 mil (números do governo) e um milhão e meio de pessoas, segundo os sindicatos, em manifestações por todo o país.
Das três principais centrais sindicais francesas, duas delas, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a Força Operária, participam de maneira activa nos protestos, enquanto a Confederação Francesa Democrática do Trabalho mantém-se à margem e apoia o sistema universal por pontos.