A associação patronal APED e as empresas que a dirigem (Sonae, Pingo Doce e Auchan) pretendem «manter o modelo inaceitável de salários de miséria e brutal exploração dos trabalhadores», com a proposta que formalizaram na negociação da contratação colectiva para o sector da grande distribuição comercial (super e hipermercados e cadeias de lojas especializadas).
A acusação foi feita no dia 28 de Novembro, quinta-feira, num plenário nacional de dirigentes e delegados sindicais do CESP/CGTP-IN, em Lisboa, que considerou como «uma provocação» a posição patronal mantida ao longo de 38 meses de negociação: é inferior aos salários praticados, colocaria quase todos os trabalhadores em níveis salariais idênticos ao mínimo nacional de 2020 ou muito próximos, e mesmo assim está condicionada à aceitação de um «banco» anual de 180 horas, que agravaria ainda mais a desregulação dos horários de trabalho.
No dia 9, na próxima reunião de negociação (fase de conciliação), os representantes patronais podem alterar a sua posição, «apresentando uma proposta de aumento dos salários da tabela salarial que rompa efectivamente com o actual modelo de salários de miséria praticado neste sector, valorize o trabalho e dignifique a carreira profissional de todos os trabalhadores», como se afirma na resolução aprovada no plenário e entregue, depois de um desfile, na sede da APED.
Mas, «caso tal não aconteça», ficou já decidido «intensificar a luta» em Dezembro e Janeiro e realizar uma acção geral de luta dos trabalhadores do sector.