A falta de resposta do Governo aos problemas nos serviços públicos não se confina ao Serviço Nacional de Saúde. O quadro é bem mais amplo e Jerónimo de Sousa identificou-o com precisão ao assinalar que em geral «continuam a faltar trabalhadores», mantém-se «por resolver os problemas da precariedade «com o arrastar do PREVPAP e das limitações que nele têm sido impostas», tal como esperam por resolução os «problemas de carreiras que se arrastam há décadas», das forças e serviços de segurança à justiça, da educação à saúde ou à segurança social.
António Costa, na resposta, reconheceu que «há problemas nas forças de segurança», mas ficou-se por aí e pela informação de que o ministro da administração Interna reuniu com os sindicatos da PSP e as associações profissionais da GNR, e «fixou uma agenda de negociação», não aludindo às restantes situações.
Sem qualquer referência por parte do primeiro-ministro ficou também o problema dos pescadores das artes do cerco. «Continuam a ser impedidos de pescar e a braços com imposições das Finanças» que, para muitos deles, podem significar o fim da actividade, alertara o responsável comunista, que igualmente não obteve resposta sobre o impasse em que está a intervenção em estabelecimentos de ensino que carecem de obras de requalificação e manutenção.
«Há escolas com obras prometidas e projectadas que nunca mais arrancam nem são concluídas», criticou o líder comunista, apontando a retirada do amianto como um dos «exemplos mais evidentes» desses problemas que continuam por resolver.
Jerónimo de Sousa não esqueceu ainda os agentes da cultura e a situação de sufoco com que muitos continuam confrontados em resultado de concursos que, «mais uma vez, limitam e retiram apoios às artes em vez de os reforçar».
O chefe do Governo desvalorizou a insatisfação de agentes da cultura pelos resultados do concurso de apoio às artes, argumentando que os apoios entre 2015 e 2019 aumentaram 83 por cento.
Rejeitou que tenha havido um «corte», repetindo que «houve um reforço», embora admitindo que «é preciso investir mais».