Governo tem de travar aumentos das comissão bancárias na CGD
BANCA O PCP considera que os aumentos das comissões bancárias são abusivos e desvirtuam o papel do banco público e reclama a intervenção do Governo.
À Caixa cabe um papel central no apoio à economia e às famílias
Em nota de imprensa divulgada dia 10, depois de conhecida a intenção da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de aumentar novamente as comissões bancárias, configurando «um assalto aos utilizadores do banco», o PCP sublinhou que se confirma que «o banco público é gerido como se de um banco privado se tratasse, com um único objectivo: aumentar os lucros não olhando aos meios para o atingir».
«As decisões agora anunciadas, para além de uma prática abusiva, são injustas e de duvidosa admissibilidade porque, em simultâneo, passam a cobrar pela conta de serviços mínimos bancários, que não tinha qualquer custo, e premeiam os clientes com maiores rendimentos com uma redução dos custos», detalha o Partido, para quem «ao banco público exige-se uma intervenção que sirva de referência ao conjunto da banca e impeça neste sector práticas que, para além de abusivas, são cartelizadas, e que por isso devem ser eliminadas».
O PCP realça ainda ser «falacioso» o argumento «da necessidade de garantir resultados», lembrando que em 2008, « já em plena crise, com os bancos a obterem lucros significativos, as comissões bancárias representavam já 21,3 por cento do produto bancário. Valor que em 2018 atingiu cerca de 31,7 por cento do produto bancário», precisa-se.
Papel central
Neste sentido, o Partido «exige ao Governo que não se limite a afirmar que a gestão do banco é com a Comissão Executiva». Tanto mais, salienta, que «é do banco público que estamos a falar, cujo único accionista é o Estado», e que, por isso, «deve ter um papel central no apoio à economia e às famílias».
O PCP denuncia igualmente que «as orientações agora adoptadas» são «expressão da submissão do País às imposições da União Europeia relativamente ao processo de recapitalização».
Repúdio
Reagindo ao anunciado aumento, a partir de 2020, das comissões na CGD, também a Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI manifestou o seu «vivo protesto» frisando que tal «penaliza e agrava a situação de debilidade financeira de milhares de pensionistas e idosos».
A CTGP-IN, por seu lado, também repudiou os aumentos e assinalou que estes atingem «sobretudo os reformados e trabalhadores de menores rendimentos», lamentando que a CGD continue a «penalizar quem trabalha e trabalhou para minimizar os prejuízos de negócios ruinosos feitos no passado».