Caso de Tancos é demasiado sério para ser trunfo eleitoralista

AC­TU­A­LI­DADE O caso de Tancos voltou no final da se­mana pas­sada à ac­tu­a­li­dade po­lí­tica (e à cam­panha elei­toral) no se­gui­mento da acu­sação do Mi­nis­tério Pú­blico ao an­tigo mi­nistro da De­fesa Aze­redo Lopes.

O PCP não se oporá à con­vo­cação da Co­missão Per­ma­nente

Mal foi di­vul­gada a acu­sação, o PSD veio a pú­blico exi­gindo a con­vo­cação da Co­missão Per­ma­nente da As­sem­bleia da Re­pú­blica. O CDS en­tre­tanto anun­ciou que, nas pró­ximas le­gis­la­tivas pro­porá a cri­ação de uma nova Co­missão de Inqué­rito. Co­men­tando o caso, no dia 26, Je­ró­nimo de Sousa lem­brou que «se ti­vesse sido feito o que o PCP de­fendeu, a si­tu­ação teria sido di­fe­rente. Ou seja, pri­meiro con­cluir a in­ves­ti­gação e só de­pois criar a Co­missão de Inqué­rito». Porém, re­cordou, «nin­guém nos acom­pa­nhou nesta po­sição, in­cluindo o CDS».

A po­sição do PCP é clara e per­siste às ondas me­diá­ticas e ten­ta­ções elei­to­ra­listas que movem ou­tras forças: seja qual for o go­verno «a jus­tiça tem de ter con­di­ções para tra­ba­lhar e apurar todas as res­pon­sa­bi­li­dades», pois nin­guém pode es­conder a «gra­vi­dade do que está em causa». Neste caso, é evi­dente o que tem de ser feito: «apurem-se todas as res­pon­sa­bi­li­dades, em par­ti­cular as que re­sultam das gra­vís­simas acu­sa­ções que são im­pu­tadas ao ex-mi­nistro da De­fesa. A jus­tiça deve de­cidir.» Ha­vendo con­de­nação, acres­centou, é pre­ciso apurar ainda se o ex-mi­nistro «prestou ou não falsas de­cla­ra­ções pe­rante a Co­missão de Inqué­rito».

Re­jeitar ins­tru­men­ta­li­za­ções

No dia se­guinte, numa nota do seu Ga­bi­nete de Im­prensa, o PCP voltou ao as­sunto para afirmar que a «re­le­vância da questão de Tancos é óbvia, mas é igual­mente óbvia a ins­tru­men­ta­li­zação que o PSD dela está a querer fazer». Para o Par­tido, «trata-se de um passo mais numa ope­ração inad­mis­sível para des­viar a atenção do de­bate das prin­ci­pais pre­o­cu­pa­ções dos tra­ba­lha­dores e do povo».

O que o PSD pre­tende, com o em­po­la­mento do caso, é trans­formá-lo numa «bóia para dis­farçar a falta de so­lu­ções para o País e es­conder os seus ver­da­deiros pro­jectos para manter Por­tugal amar­rado ao em­po­bre­ci­mento e a in­ten­si­fi­cação da ex­plo­ração». Já a CDU in­ter­virá até ao fim da cam­panha sobre os temas que são es­sen­ciais para o fu­turo do País.

Porém, se houver con­senso para con­vocar a Co­missão Per­ma­nente da AR, «não será o PCP a opor-se».




Mais artigos de: PCP

Precariedade nos laboratórios do Estado por resolver

Vários trabalhadores que prestam serviço em laboratórios do Estado dirigiram uma carta ao Grupo Parlamentar do PCP, na qual denunciam a persistência das suas situações laborais precárias apesar de terem entregado os requerimentos visando a sua regularização por meio do Programa de Regularização Extraordinária dos...