1799 – Publicação de Los Caprichos, de Goya
A série Los Caprichos (Caprichos) de Francisco de Goya, pintor e gravador espanhol fundador do movimento Romântico e precursor do Impressionismo, por muitos considerado como o mais importante artista dos séculos XVIII e XIX, é a primeira de um conjunto que inclui ainda Los desastres de la guerra (Os desastres da guerra), La tauromaquia (Tourada) e Los disparates (Disparates). Composta por 80 gravuras, a série é uma «censura aos vícios humanos e às instituições políticas» espanholas. As imagens «denunciam as injustiças sociais e satirizam os comportamentos da sociedade, sobretudo das classes da nobreza e do clero», em particular da Inquisição, o seu fanatismo e as suas superstições. Realizada numa altura de grande repressão social, a série realça a convicção do artista de que os erros e vícios humanos, normalmente reservados à literatura, também podem ser temas da pintura. A obra gráfica de Goya, iniciada em 1788, é considerada uma das mais importantes da História da Arte, a par da de Rembrandt ou da de Alberto Durero. As placas originais da série, cedidas por Goya ao rei Carlos IV em 1803 em troca de uma pensão para o seu filho, estão preservadas na Real Academia de Belas Artes de San Fernando, em Madrid.