1120 – Catedral de Tui

No local onde se ergue a Ca­te­dral de Tui, ou mais pro­pri­a­mente a Ca­te­dral de Santa Maria da As­sunção, na Ga­liza, exis­tiram an­te­ri­or­mente ou­tros tem­plos, sendo o mais im­por­tante uma ba­sí­lica pa­le­o­cristã dos sé­culos V-VI. Si­tuada no alto de uma co­lina ro­chosa sobre o rio Minho, frente à por­tu­guesa Va­lença, a ca­te­dral, cons­truída entre 1120 e 1180, as­sumiu-se desde o início como um edi­fício de ca­rácter de­fen­sivo, num pe­ríodo em que as lutas fron­tei­riças fa­ziam parte do quo­ti­diano. De es­tilo ro­mâ­nico, o templo-for­ta­leza apre­senta no en­tanto abun­dantes ele­mentos gó­ticos re­sul­tantes de pos­te­ri­ores in­ter­ven­ções, desde logo na fa­chada prin­cipal, que é con­si­de­rada o pri­meiro con­junto es­cul­tó­rico gó­tico da Pe­nín­sula Ibé­rica. O pór­tico, de­di­cado à mãe de Jesus, tem a sin­gu­la­ri­dade de apre­sentar nos seus re­levos uma in­vulgar imagem da Virgem re­cli­nada numa cama com dossel, no mo­mento de dar à luz. A be­leza do in­te­rior – onde se nota um Altar da Se­mana Santa, quase o único con­ser­vado em Es­panha – é com­ple­tada pelo mag­ní­fico claustro da pri­meira me­tade do sé­culo XIII, onde re­pousam as mais an­tigas peças he­rál­dicas da época vi­si­gó­sita. Dentro do claustro con­serva-se a única sala ca­pi­tular ro­mâ­nica exis­tente na Ga­liza e uma das mai­ores no seu gé­nero em Es­panha.