Homens e mulheres de confiança por Setúbal
LISTA Os candidatos da CDU à Assembleia da República (AR) pelo distrito de Setúbal são «gente com provas dadas que pauta a sua intervenção política pela consigna que as populações bem conhecem: o trabalho, a honestidade e a competência», sublinhou Jerónimo de Sousa na apresentação da lista por aquele círculo eleitoral.
Avançar com determinação, com coerência e coragem
Na iniciativa realizada faz hoje uma semana, ao final da tarde, em Alcácer do Sal, antes de usar a palavra o Secretário-geral do PCP, foi dado a conhecer os 23 nomes que a coligação PCP-PEV propõe no sufrágio do próximo dia 6 de Outubro (ver página seguinte).
Um a um, foram sendo chamados pelo mandatário distrital da candidatura, Luís Leitão, também ele apresentado naquela sessão. O coordenador da União de Sindicatos de Setúbal e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN e do Comité Central do PCP, salientou, de resto, tratar-se de «uma lista de homens e mulheres ligados à vida» e comprometidos com os interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo do distrito de Setúbal». Tanto mais que nela se encontram candidatos «de várias faixas etárias» com intervenção «no movimento sindical unitário e nas comissões de trabalhadores», bem como «no movimento associativo e popular».
Francisco Lopes, o primeiro entre os candidatos da CDU pelo distrito, também realçou o facto de a lista e o mandatário serem por si só expressão da base em que assenta a candidatura, associando «experiência e juventude», integrando homens e mulheres «dos concelhos da Península de Setúbal e do Litoral Alentejano», membros «do PCP, do PEV e da Intervenção Democrática, e outros sem filiação partidária», com «experiências e caminhos diversificados, mas unidos neste projecto».
Para o cabeça-de-lista da CDU e membro do Secretariado e da Comissão Política do CC do PCP, que interveio depois de José Luís Ferreira, do Partido Ecologista «Os Verdes», «a partir de hoje as populações do distrito de Setúbal sabem quem são os deputados que devem eleger para os representar». Isto porque, detalhou, foi intensa a sua «acção em defesa dos trabalhadores e das populações do distrito», assumindo-se, ao longo de quatro anos, como «a voz das suas aspirações na AR».
Provas dadas
«Os trabalhadores e as populações do distrito de Setúbal têm a oportunidade de conhecer ao concreto o notável trabalho realizado», balanço e prestação de contas que «revela que os compromissos assumidos em 2015 foram cumpridos». Este é para Francisco Lopes um «elemento de confiança» a ter em consideração na hora de votar, como o será «o compromisso eleitoral que a CDU apresentará brevemente», garantiu.
Não obstante, o primeiro candidato do PCP-PEV adiantou algumas linhas-força, referindo propostas «para o desenvolvimento e o emprego, para fixar população, apostar na reindustrialização e nas potencialidades do mar e no turismo», mas igualmente «nos planos da agricultura, pecuária e riqueza florestal».
«Temos soluções para os transportes e a mobilidade», domínio no qual destacou a «intervenção das autarquias geridas pela CDU na região», e lembrou que «estando em curso o processo de redução de tarifário do transporte para Setúbal e Lisboa, importa consolidar este avanço e garantir o reforço do transporte rodoviário, ferroviário e fluvial».
Avançar, avançar
Consolidar os passos dados e assegurar condições para ulteriores avanços foi, aliás, outra ideia-chave deixada por Francisco Lopes, designadamente dando como exemplos a concretização das obras de requalificação do IC1. Contudo, «é preciso garantir a requalificação do restante [troço], bem como do IC8, a ligação em autoestrada sem portagem entre Sines e Beja e à fronteira do Caia, bem como que seja requalificado o IC33».
Entre as prioridades que o voto na CDU determina, estão igualmente «a necessidade de repor o serviço de caminho-de-ferro,» cujas linhas «não podem servir para as populações verem passar o comboio», e a «defesa e valorização dos serviços públicos, designadamente de saúde, de maneira a que o hospital do Litoral Alentejano e os centros de saúde tenham os profissionais e as valências necessárias, e os equipamentos em condições de responder às necessidades».
Estes são alguns exemplos que, para Francisco Lopes, mostram que a palavra de ordem com que a CDU se apresenta às eleições legislativas – Andar para trás não. Avançar é Preciso!», não é «um feliz slogan de campanha». Traduz «uma percepção da realidade daquilo que está em causa: avançar porque a resposta essencial aos problemas do nosso povo não foi dada, mas ao mesmo tempo prevenir para que não se retroceda».
«E avançar não é fazer de conta», advertiu Francisco Lopes, concluindo que «a 6 de Outubro não é para ir para onde sopra o vento mediático, populista ou reaccionário», mas para «avançar com determinação, com coerência e coragem».
Ser ecologista é ser de esquerda»
Terceiro na lista de candidatos da CDU pelo distrito de Setúbal, José Luís Ferreira, do PEV, aproveitou a ocasião para colocar alguns pontos nos «is». «Isto porque há para aí muita confusão, muitos enganos», e «muito pouca coerência por parte de algumas forças políticas».
Depois de frisar que «nestas eleições não se elege nenhum primeiro-ministro, mas 230 deputados», que «na CDU não sabemos o que são viagens-fantasma» porque «sabemos muito bem onde residimos», e de alertar para o «leilão» em torno da descida dos impostos, o deputado e dirigente ecologista apelou a que «todos os activistas da CDU» se envolvam «activamente nesta caminhada de esclarecimento».
Nesse sentido, acusou o PS de «cativar a indignação» na «hora de votar as propostas de “Os Verdes” e do PCP para fazer regressar os CTT à esfera pública», e de «agora prometer investimento nos serviços públicos» quando «foi dizendo que não havia dinheiro», para «fazer boa figura na UE».
Recordou, ainda, «a quem se deve o travão que foi colocado na plantação de eucaliptos, que a direita havia liberalizado», bem como «quem obrigou o Governo a reforçar os meios humanos ao nível da Conservação da Natureza», ou «quem mais batalhou para se iniciar uma revolução ao nível do passe social, garantindo não só o direito à mobilidade das pessoas, mas também contribuindo para travar a ameaça das alterações climáticas».
«E por falar em alterações climáticas» ou nas questões relativas ao «bem estar animal», José Luís Ferreira reclamou para «Os Verdes» um honroso histórico de acção nestas matérias. «Não estivemos à espera que desse votos» e, «sem populismos» e «com coerência», afirmamos que «não haverá nunca equilíbrio ambiental se não houver justiça social, até porque a defesa do ambiente não é compatível com o liberalismo».
Assim, deixou claro que «os verdadeiros ecologistas têm de ser de esquerda» e que o PEV não se encontra «no lote daqueles que dizem não ser de direita nem de esquerda», daqueles que «nem são carne nem são peixe».
Marca distintiva e compromisso
Intervindo no encerramento da apresentação de candidatos da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal, Jerónimo de Sousa acentuou que esta é «uma lista de gente com provas dadas». Aliás, para o Secretário-geral do Partido tal é evidente «no impressionante trabalho que os deputados eleitos pelo distrito de Setúbal levaram a cabo nos últimos quatro anos», o que constitui uma «marca distintiva» e a demonstração de que na CDU «os eleitos estão para servir as populações e não para se servir».
Este aspecto faz diferença «num tempo em que tanto se fala da necessidade de combater a corrupção, de aproximar eleitos e eleitores, de moralizar a vida pública», acrescentou Jerónimo de Sousa, antes de chamar a atenção para a importância das eleições de 6 de Outubro para a nossa vida colectiva.
«São a grande oportunidade para que os democratas e patriotas, para que todos os que aspiram a uma vida melhor, expressem a vontade de pôr o País avançar, dando mais força à CDU».
«Nós sabemos bem quão positivo foi o que se conseguiu. Mas também sabemos que o que conseguimos foi, e é, insuficiente e limitado», insistiu o dirigente comunista, que acusando o Governo minoritário do PS de resistir à evidente necessidade de uma política capaz de fazer frente aos muitos problemas a que é urgente dar resposta, e de com o desígnio de manter a mesma política de sempre convergir com PSD e CDS, deu como exemplo, entre outros, a manutenção no País de uma «distribuição do rendimento nacional profundamente injusta, dos salários baixos e da precariedade».
Um dia antes de PS, PSD e CDS conjugarem votos para, na AR, alterarem para pior a legislação laboral [sexta-feira, 19], Jerónimo de Sousa notou que «há forças que acham que a questão dos salários e dos direitos dos trabalhadores está ultrapassada, que não é prioridade nem moderna. Mas afinal é uma questão central e de actualidade que define a natureza das políticas, que determina o grau de desigualdades, das injustiças, da exploração e da pobreza mesmo daqueles que trabalham e empobrecem».
«É com consciência das exigências e das dificuldades que enfrentamos, mas com a confiança de quem, como a CDU, se afirmou indispensável e insubstituível nos avanços alcançados que nos dirigimos aos eleitores do distrito de Setúbal», disse ainda o Secretário-geral do PCP, que deixou um forte apelo ao voto na «força que transporta um caudal imenso de esperança de que é possível uma vida melhor, num Portugal de justiça, soberania e de progresso».
Lista de candidatos
O primeiro candidato da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal, Francisco Lopes (63 anos, electricista), e os seis membros que se lhe seguem na lista à AR –Paula Santos (38 anos, licenciada em Química Tecnológica), José Luís Ferreira (56 anos, jurista), Bruno Dias (42 anos, técnico superior da Administração Pública), Susana Espada (39 anos, engenheira civil), Rui Higino (52 anos, operário químico) e Margarida Botelho (42 anos, licenciada em Ciências da Comunicação), tinham já sido divulgados.
Na sessão que decorreu em Alcácer do Sal, foram por isso dados a conhecer os restantes 16 membros da lista: João Pedro Figueiredo (47 anos, engenheiro ambiental), Ana Baliza (35 anos, animadora sócio-cultural), Nuno Amaro (51 anos, operário da industria automóvel), Tiago Aldeias (31 anos, electricista), Sofia Martins(44 anos, engenheira), Hélder Guerreiro (43 anos, engenheiro), Vivina Nunes (55 anos, educadora de infância), Margarida Teixeira (43 anos, auxiliar de acção médica), Simão Calixto (21 anos, estudante), Maria João Costa (42 anos, assistente técnica na Administração Local), Natacha Patinha (37 anos, advogada), Albano Mestre (49 anos, operário), Angelina Patrício (49 anos, empregada), Dulce Arrojado (56 anos, professora), João Caferra (40 anos, informático) e Ana Morgado (39 anos, assistente técnica na Administração Local).