«A luta já deu resultados», destacou anteontem, ao início da tarde, a Fectrans/CGTP-IN, quando informou que os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST, do Grupo Arriva) decidiram suspender a greve de 48 horas e aceitar a última proposta da administração.
A greve tinha começado nessa terça-feira, dia 11, com uma adesão de 95 por cento.
Registando as declarações do novo administrador, no dia 4, um dia depois de tomar posse, numa reunião com o STRUP (sindicato da Fectrans), a União dos Sindicatos de Setúbal tinha afirmado esperar que, «da boa vontade revelada na conversa», «se passe aos actos e à satisfação das reivindicações dos trabalhadores». Nessa nota de quarta-feira, dia 5, a estrutura distrital da CGTP-IN confirmou a realização da greve nos dias 11 e 12.
Num plenário, que reuniu cerca de 500 trabalhadores, ao final da manhã do primeiro dia de greve, foi apresentada pelos sindicatos uma proposta patronal feita ainda na semana passada. «Sem prejuízo da continuação da negociação» sobre outras matérias (com destaque para a organização dos horários e a remuneração do trabalho suplementar), a TST «aumenta os salários para 685 euros e, no mais tardar, em Setembro, para 700 euros», assinala a Fectrans, notando que «a suspensão da greve não significa a suspensão da luta, caso as negociações não tenham as respostas às reivindicações dos trabalhadores».
Este ano na TST ocorreram greves de 48 horas em Março, Abril e Maio, sempre com muito grande adesão.
Berrelhas respondeu
Na Transportes Berrelhas (mobilidade urbana de Viseu), os trabalhadores decidiram no dia 3, em plenário, anular a greve marcada para o dia seguinte, «tendo em conta que, com a marcação das greves, a administração respondeu positivamente à maioria das questões do caderno reivindicativo», informou a Fectrans. Esta greve fora adiada, a 20 de Maio, aguardando que a empresa concretizasse os compromissos assumidos perante os representantes sindicais, numa reunião na DGERT (Ministério do Trabalho).
Paço Rápido não cumpriu
Voltaram à greve os trabalhadores da Paço Rápido, empresa de transporte rodoviário de mercadorias, com sede em Lisboa. A luta decorreu nos dias 6 e 7, estando nova paralisação de 24 horas marcada para ontem, dia 12.
No início de Maio, ao terceiro dia de greves parciais com forte adesão, houve um entendimento com o patrão, para avançar na satisfação das reivindicações, a começar pelo cumprimento integral do contrato colectivo de trabalho assinado em Setembro pela Fectrans e a associação patronal Antram.
No entanto, «a administração voltou a ter um comportamento que pôs em causa o acordo obtido» e os trabalhadores resolveram retomar a luta «contra a intimidação e também contra a utilização de “dispositivos e formas à margem da lei” que esta empresa utiliza para ultrapassar os limites legais”.