- Nº 2376 (2019/06/13)

PCP apresenta algumas linhas essenciais do Programa Eleitoral

Em Foco

AVANÇAR Jerónimo de Sousa apresentou ontem ao final da manhã algumas linhas essenciais do Programa Eleitoral do PCP para as legislativas de 6 de Outubro, que aponta um rumo de desenvolvimento económico e progresso social para o País.

O documento, que será apresentado em Julho na sua versão final, será, nas palavras do Secretário-geral, um «programa patriótico e de esquerda, inscrito na Constituição da República Portuguesa». Para a sua elaboração, acrescentou, os comunistas têm «os olhos postos nos problemas do País, mas também no potencial de desenvolvimento e bem-estar do povo português».

Antes de apresentar as linhas essenciais do programa (que detalhamos nas páginas seguintes), Jerónimo de Sousa anunciou que nele estará inscrito como objectivo central a concretização de uma política «capaz de assegurar o desenvolvimento económico e o progresso social», «dar resposta plena aos direitos e aspirações dos trabalhadores e do povo português» e «afirmar a soberania nacional». O PCP, reafirmou, «tem respostas e soluções para fazer o País avançar».

Para o dirigente comunista, o programa eleitoral em preparação dará corpo a uma política que, entre outras questões decisivas, assume a elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, o desenvolvimento da produção nacional, a melhoria dos serviços e do investimento público. O cumprimento destes objectivos impõe que se enfrente as imposições da União Europeia e a submissão ao euro, se confronte o «poder e os interesses do capital monopolista» e se combata a «promiscuidade e a submissão do poder político ao poder económico», base sobre a qual se desenvolve a corrupção.

Só um programa patriótico e de esquerda «estará em condições de garantir esse percurso», realçou Jerónimo de Sousa, garantindo ser «nesse sentido» que o PCP está a trabalhar.

Andar para trás não!

Relativamente ao momento político em que decorrerá a elaboração do programa e a própria batalha eleitoral, o dirigente comunista destacou que os avanços alcançados são «inseparáveis da acção do PCP». Além disso, a perspectiva de desenvolvimento para que apontam é totalmente diferente «da que tem sido imposta pela política de direita das últimas décadas».

Esta, levada a cabo por PS, PSD e CDS, tornou o País e a sua capacidade produtiva mais vulnerável, acentuou desigualdades e agravou a sua dependência, lembrou. Entre 2010 e 2015 (os anos dos PEC e do Pacto de Agressão) atingiu-se um pico «particularmente expressivo no caminho de intensificação da exploração, empobrecimento, declínio e perda de soberania».

Já os avanços verificados na «reposição de direitos e rendimentos e no alargamento do mercado interno» demonstraram que esse «devia ser o caminho» e que só não se foi mais longe porque o PS não quis, optando pela «submissão às imposições do euro e da União Europeia e pela subordinação aos interesses do capital monopolista». Para o PCP, acrescentou, o «desenvolvimento do País é inseparável da elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, dos seus direitos, salários e pensões de reforma».

O Secretário-geral do PCP insistiu ainda na avaliação das consequências daquela opção de fundo do Governo PS, que limitou as respostas aos «principais problemas» do País e impôs um nível de investimento público «em valores inaceitáveis e insuficientes sequer para colmatar o desgaste das estruturas na Administração Pública». Fê-lo, acusou, apesar das possibilidades orçamentais existentes permitirem outro caminho.

Quanto ao crescimento económico registado, o dirigente do PCP realçou que ele é inseparável das medidas positivas que foram tomadas e, também, de um contexto externo positivo. Porém, lembrou, ele «não foi nem será suficiente para corrigir a recessão e estagnação económica dos quatro anos do governo PSD/CDS» e, sobretudo, foi «incapaz de ultrapassar os défices e estrangulamentos estruturais da economia nacional».


Por um País soberano e desenvolvido

O programa eleitoral do PCP concretizará a política patriótica e de esquerda, baseada na Constituição da República. Na declaração de ontem, Jerónimo de Sousa recordou os objectivos centrais de tal política: