c. 1500 – O Tratado de Xadrez

O manuscrito O Tratado de Xadrez (De ludo scachorum, em latim, também conhecido como Schifanoia), da autoria do frade franciscano e matemático italiano Luca Pacioli (1447-1517), é considerado um importante testemunho da evolução, no final do século XV, deste jogo milenar que para além da inteligência estimula a concentração, a percepção, a astúcia e a técnica. Dedicada por Pacioli à marquesa de Mântua, Isabella d'Este, adepta deste jogo surgido na Índia e reinventado no Irão, e grande mecenas das artes, a obra não chegou a ser publicada e durante séculos foi dada como perdida. O manuscrito veio a ser redescoberto em 2006, na biblioteca da Fundação Coronini Cronberg de Gorizia. Com mais de cem problemas de xadrez e as respectivas soluções, o texto é enriquecido com ilustrações a vermelho e negro que se crê serem de Leonardo da Vinci. Esta hipótese não é consensual entre os especialistas, mas o facto é que Pacioli e da Vinci colaboraram noutros trabalhos, como no caso do livro De Divina Proportione (Proporção Divina), de Luca, que Leonardo ilustrou com 60 extraordinários desenhos de figuras geométricas elaborados com caneta, tinta e aguarela. O Tratado de Xadrez está em exposição, até ao final do ano, na Fundação Coronini, em Itália.