O voo 655 da Iran Air, com 290 pessoas a bordo, incluindo 66 crianças, foi abatido a 3 de Julho de 1988 por dois mísseis lançados pelo navio de guerra dos EUA Aegis USS Vincennes, que invadira águas territoriais iranianas, comandado pelo capitão William Rogers. O Airbus A300 acabara de descolar de Bandar Abbas com destino ao Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, um voo de curta duração. Não houve sobreviventes. Rogers justificou os disparos alegando que o avião descia a alta velocidade de forma ameaçadora; não respondeu aos contactos de emergência; foi confundido com um caça iraniano do tipo F-14 e que o seu navio estava em águas internacionais. Investigações da Marinha norte-americana apuraram que: o Vincennes estava em águas iranianas; o avião subia «num perfil normal de voo comercial» e com um sinal de comunicação identificando-se como tal; não houve tentativa de contacto pelo sistema usado pela aviação civil. Os EUA nunca pediram desculpa pela tragédia, a que chamaram «erro», apesar de em 1996 terem pago indemnizações aos familiares das vítimas. Trinta anos depois, a Administração Federal de Aviação dos EUA fez um aviso: os aviões civis que sobrevoem o golfo Pérsico e o golfo de Omã podem ser alvo de «erros de cálculo ou erros de identificação».