AVANÇAR POR ABRIL, DAR MAIS FORÇA À CDU
«Os valores de Abril no futuro de Portugal»
Comemoramos nestes dias, com particular destaque para as comemorações populares que vão ter lugar amanhã em todo o País, o 45.º aniversário do 25 de Abril, essa exaltante realização do povo português que marcou para sempre a História de Portugal.
«Com Abril – como sublinha a Resolução do Comité Central do PCP sobre este 45.º aniversário – foi derrotado o obscurantismo, a opressão, o esmagamento das liberdades, a limitação dos direitos fundamentais, a marginalização dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e do povo, da vida política. O fascismo era miséria, fome, trabalho infantil, repressão, guerra, ódio, degradantes condições de vida, de saúde e de habitação, segregacionismo cultural, analfabetismo, ensino reservado para uns poucos e condicionado para a grande maioria da população, salários de miséria, subordinação dos interesses do País e do povo aos interesses de uma minoria de grandes monopolistas e latifundiários, alienação do interesse nacional aos interesses do grande capital e do imperialismo.
«A classe operária, os trabalhadores, as massas populares e os militares de Abril - os «capitães de Abril» -, unidos na aliança Povo-MFA, com o papel determinante do PCP, foram os protagonistas dos avanços e conquistas democráticas alcançadas, que foram consagrados na Constituição da República Portuguesa, aprovada a 2 de Abril de 1976».
Entretanto, ao longo de mais de quatro décadas, estes avanços e conquistas passaram a estar sob fogo cerrado da política de direita concretizada por PS, PSD e CDS-PP, que em estreita consonância com os interesses do grande capital procuraram limitar ou mesmo liquidar o seu alcance, assumindo como objectivo central da sua acção política a restauração do capitalismo monopolista, com a sua dinâmica de exploração dos trabalhadores e de centralização e concentração do capital.
Tais objectivos encontraram, e continuam a encontrar pela frente, a resistência e a luta dos trabalhadores e do povo e uma intervenção determinada do PCP, partido decisivo na luta pela liberdade e a democracia.
São mais de quatro décadas de ataques aos direitos dos trabalhadores e do povo, conduzidos por sucessivos governos do PS e PSD, com ou sem o CDS-PP, que atingiram particular gravidade com o governo PSD/CDS-PP e a aplicação do Pacto de Agressão da troika e que só a corajosa e persistente luta dos trabalhadores e do povo português e a firme e decidida acção e intervenção do PCP conseguiram derrotar.
E foi graças a essa acção, intervenção e luta que se alterou a correlação de forças na AR e que se forçou a adopção de medidas não só de reposição de direitos liquidados, como de novos avanços e conquistas.
São avanços e conquistas que se valorizam e que dando resposta a problemas urgentes dos trabalhadores e do povo, estão contudo aquém daquilo que seria necessário e possível, porque, como tantas vezes o PCP tem sublinhado, o Governo minoritário do PS, em convergência com o PSD e CDS, mantém o seu compromisso com os interesses do grande capital e a sua submissão ao euro e às imposições da União Europeia.
Impõe-se, por isso, uma ruptura com a política de direita e concretização de uma política alternativa patriótica e de esquerda que é parte integrante da democracia avançada vinculada aos valores de Abril que o PCP aponta no seu Programa.
Impõe-se um novo rumo político para o País que afirme e projecte os valores de Abril no futuro de Portugal. E para isso é necessário reforçar o PCP, mobilizar um grande apoio à CDU e intensificar a luta de massas, fazendo das comemorações do 1.º de Maio uma grandiosa jornada de luta pelas reivindicações dos trabalhadores e por uma outra política que valorize o trabalho e os trabalhadores. Tal como é preciso alargar a unidade e convergência com democratas e patriotas por um Portugal com futuro.
As comemorações dos 45 anos da Revolução de Abril, que amanhã terão o seu ponto alto nas múltiplas iniciativas populares que se vão realizar pelo País, serão a expressão da luta e da vontade dos trabalhadores e do povo português, dos democratas e patriotas, de todos os que repudiam a exploração e a opressão pela afirmação e projecção dos valores de Abril no futuro de Portugal.
E, tal como aconteceu durante a ditadura fascista, na Revolução de Abril e na defesa das suas conquistas, o Partido Comunista Português, partido da classe operária e de todos os trabalhadores, ocupará o seu lugar de sempre na vanguarda desta luta pela liberdade, pela democracia e pelo socialismo.