1898 – Nasce Frederika “Friedl” Dicker-Brandeis
«Hoje, apenas uma coisa me parece importante – despertar o desejo pelo trabalho criativo, torná-lo um hábito e ensinar como superar dificuldades que são insignificantes em comparação com o objectivo pelo qual te estás a esforçar», escreveu a austríaca “Friedl” Dicker-Brandeis a um amigo, em 1940. Dois anos depois era encarcerada no campo de concentração de Terezin, na actual República Checa. A artista, que entre 1919 e 1923 estudou e leccionou na Bauhaus, em Weimar, destacou-se pelo talento revelado nos domínios do design têxtil, pintura, arte gráfica e arquitectura, mas o seu nome ficou para sempre ligado ao trabalho que efectuou com centenas de crianças vítimas como ela da bestialidade nazi. Ministrando aulas de arte, “Friedl” deu aos seus jovens alunos – a maioria dos quais viria a morrer em cativeiro – um instrumento que lhes permitiu dar testemunho da barbárie de Hitler, mas também uma ferramenta de resistência cultural e de libertação espiritual. Após a libertação do campo, em 1945, pelas tropas soviéticas, foram encontradas duas malas com milhares de trabalhos que ela preservara. Esses desenhos e colagens estão actualmente no Museu Judeu de Praga. “Friedl”, militante comunista, foi assassinada em 1944, em Auschwitz.