Mais força à CDU e a Abril nos 45 anos da Revolução

ACTUALIDADE A Revolução de Abril «marcará para sempre a História do nosso País» e é «um guia para a nossa acção colectiva», salientou Jerónimo de Sousa, este domingo, dia 14, num grande almoço em Loures.

As forças do retrocesso não abandonaram os seus objectivos

O Secretário-geral do PCP interveio no Pavilhão José Gouveia, em São João da Talha, perante mais de 700 pessoas, reunidas para a comemoração do 45.º aniversário do 25 de Abril, por iniciativa da organização concelhia da CDU.

Antes de Jerónimo de Sousa, num período de intervenções apresentado por João Geraldes (dirigente da Intervenção Democrática e candidato da CDU nas eleições para o Parlamento Europeu), falaram: Bernardino Soares (membro do Comité Central do PCP e presidente da CM de Loures), Mariana Silva (dirigente do Partido Ecologista «Os Verdes» e candidata da CDU ao Parlamento Europeu) e João Ferreira (do CC do Partido e primeiro candidato na lista da CDU para as eleições de 26 de Maio).

Numa iniciativa que constituiu um bom exemplo da alegria e do empenho com que os apoiantes da CDU se mobilizam para a celebração popular dos 45 anos da Revolução, as intervenções tiveram como tónica comum a actualidade dessa «exaltante realização do nosso povo, que marcará para sempre a História do nosso País», nas palavras de Jerónimo de Sousa.

Hoje, «a Revolução de Abril continua a congregar com júbilo os portugueses, porque o seu significado profundo, os seus valores e os seus ideais não só permanecem na memória e no coração do povo, como são, pela sua actualidade e capacidade mobilizadora de vontades, um guia para a nossa acção colectiva na construção de um Portugal mais fraterno e solidário, mais democrático e desenvolvido».

«A política de direita levada a cabo pelos sucessivos governos de PS, PSD e CDS, sozinhos ou acompanhados, atacou, destruiu ou mutilou muitas das conquistas» da Revolução, o que significou «décadas de políticas de direita contra Abril, mas também de integração capitalista na União Europeia, que agravaram de forma brutal todos os problemas nacionais».

O governo PSD/CDS «lançou uma das mais violentas ofensivas», interrompida e contida pela luta dos trabalhadores e do povo, e pela decisiva acção do PCP. Jerónimo de Sousa alertou que «as forças do retrocesso social e civilizacional não abandonaram o seu objectivo de reversão e subversão constitucional», sendo visíveis «as suas movimentações com esse objectivo, à sombra do gasto e falacioso discurso das reformas estruturais».

Portugal, contrapôs, precisa de «avançar no caminho de Abril», «com esta força da esperança que assume todos os combates por um futuro melhor». «Com a alteração da correlação de forças na Assembleia da República, provou-se, com a contribuição e o decisivo papel do PCP e da CDU, que o País não está condenado a ter como caminho a liquidação de direitos ou o agravamento das condições de vida do nosso povo» e, passados quase «quatro anos de acção, intervenção e luta em muitas frentes», conseguiu-se «não só a reposição de direitos liquidados, como novos avanços e conquistas».

Em «muitos combates que seguem os trilhos da justiça social e do desenvolvimento, que são caminhos de Abril», comprovou-se que «a luta dos trabalhadores e do povo, sem a qual nada teria sido possível», é «imprescindível para concretizar novos avanços, mas também pela conquista da alternativa que respeite Abril». É uma luta que «aí está em curso, forte e determinada, e que terá um ponto alto e de confluência na grande jornada do 1.º de Maio, convocada pela CGTP-IN».

Ao abordar as «novas e importantes batalhas eleitorais» de 2019, Jerónimo de Sousa destacou que também elas «contribuirão, com mais votos e eleitos da CDU, para concretizar novos avanços» e «dar mais força à luta pela concretização de uma política alternativa em Portugal, pela qual lutamos, e mais força à exigência de uma Europa a favor dos trabalhadores e dos povos».

 

Abril e uma certa Europa

«Há 45 anos, a Revolução de Abril abriu Portugal à Europa e ao mundo», começou por referir João Ferreira, observando logo a seguir que «há 33 anos, a adesão à então CEE impulsionou e deu alento ao processo contra-revolucionário», nomeadamente «a uma política externa seguidista, de submissão a estruturas de comando e a interesses contrários aos do País».

«Para o País avançar na resposta aos problemas que enfrenta, para avançar na melhoria das condições de vida do nosso povo, tem de se libertar das cadeias que impedem o seu desenvolvimento», defendeu o deputado e dirigente comunista, «tem de se libertar das arbitrariedades e das imposições de quem manda na União Europeia e fazer prevalecer sobre essas imposições os seus próprios interesses, a resposta às suas necessidades, a vontade dos trabalhadores e do povo».

João Ferreira insistiu que «a União Europeia não é a Europa», apenas «representa uma certa Europa – a das multinacionais, do grande capital e das grandes potências, a dos lóbis que condicionam e determinam a acção do poder político, a do militarismo e da guerra». Mas «inspirados pelo exemplo de Abril, aqui afirmamos uma ideia fundamental: a de que não há inevitabilidades, o povo português e os povos da Europa não estão condenados a caminhos contrários aos seus interesses».