MAIS CDU, PELOS VALORES DE ABRIL

«Pelo desenvolvimento e soberania nacional»

Mantém-se oambiente político pré-eleitoral. As diversas forças políticas vão-se posicionando à medida que se aproxima a data das eleições para o Parlamento Europeu. Umas, como é o caso do PSD e CDS, ora recorrendo a manobras e casos de diversão para esconderem as suas posições de fundo convergentes com as do PS em todo o processo de submissão de Portugal à União Europeia, ao euro e aos grupos monopolistas; ora desvalorizando as medidas de carácter positivo que sabem terem sido conseguidas pela determinante intervenção do PCP; ora, mistificando a realidade procurando fazer valer ideias enganosas (é o caso, entre outros, da atoarda em torno da «carga fiscal», para desviarem a atenção de problemas de que são particularmente responsáveis, como é o caso da injustiça fiscal, que tributa muito mais os rendimentos do trabalho em detrimento dos rendimentos do capital). Outros, como é o caso do PS, fazem do valor do défice bandeira eleitoral e, ao mesmo tempo, vão procurando apropriar-se dos avanços conquistados pela luta dos trabalhadores e do povo e pela acção do PCP, nomeadamente a redução dos custos com os passes sociais, o aumento das pensões, o alívio no IRS, a valorização do abono de família.

É também neste quadro em que o grande capital usa o seu poder mediático para silenciar a CDU, ao mesmo tempo que promove as candidaturas do PS, PSD, CDS e BE, que se assiste ao prosseguimento da ofensiva ideológica contra o PCP tendo em vista paralisar a sua acção, atingir o próprio regime democrático e, em simultâneo, prejudicar a CDU e o seu projecto de um Portugal mais justo, de progresso e soberano no contexto de uma Europa de paz e cooperação entre estados soberanos e iguais em direitos. Projecto que impõe igualmente a dissolução da NATO, como defende o PCP e a Constituição consagra, quando passam os 70 anos da sua criação.

Desenvolve-se a luta de massas de que foi significativa expressão, na passada 5.ª feira, 28, a manifestação da juventude trabalhadora promovida pela CGTP-IN/Interjovem e que contou com a participação de milhares de jovens pelo emprego com direitos e contra a precariedade.

No dia 11 de Abril realiza-se frente a Assembleia da República uma concentração de trabalhadores promovida pela CGTP-IN contra as propostas de alteração à legislação laboral que o Governo ali apresentou. De igual modo, avançam os preparativos para as comemorações do 45.º aniversário do 25 de Abril.

Entretanto, desenvolve-se a luta em muitas empresas, locais de trabalho e sectores em torno da acção reivindicativa por salários, horários, carreiras, vínculos, entre outros objectivos e é a partir da sua dinamização que avança igualmente a preparação da grande jornada do 1.º de Maio que, convocada pela CGTP-IN, terá importante expressão em todo o País.

Desenvolve-se também a acção do PCP e da CDU em torno da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu. Foi neste âmbito que se realizou a apresentação do balanço da actividade ímpar dos deputados do PCP no Parlamento Europeu, na legislatura que agora chega ao fim. Foi também neste âmbito que se realizaram diversas iniciativas do PCP valorizando a conquista da redução dos custos com os passes sociais, medida que o PCP quer ver alargada a todo o País e que implica o reforço da oferta de transportes públicos.

Na passada 3.ª feira, dia 2, em iniciativa em Lisboa com a participação de Jerónimo de Sousa e de João Ferreira, o PCP assinalou o 43.º aniversário da aprovação e promulgação da Constituição da República Portuguesa que viria a consagrar as conquistas, direitos e avanços da Revolução de Abril. Trata-se de uma Constituição que apesar de mutilada e violada pelos protagonistas da política de direita – PS, PSD e CDS – , apesar das sete revisões que já sofreu, continua a inscrever esse sentido de progresso e configura um projecto de desenvolvimento e soberania nacional indispensável ao país.

E, porque é preciso um PCP mais forte e influente para garantir avanços e abrir caminho à concretização da alternativa, é preciso cuidar do seu reforço, com particular atenção à campanha dos 5 mil contactos com trabalhadores.

E é neste quadro político particularmente exigente que se materializa a acção do PCP e da CDU, pugnando por mais avanços que se traduzam em melhores condições de vida e de trabalho para o povo português e lutando pela afirmação da política alternativa patriótica e de esquerda com soluções para o País.

Na situação exigente em que intervimos, há razões para a confiança com que olhamos os desafios da actualidade e do futuro.