O adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), marcada para 29 de Março, é praticamente certo e as dúvidas convergem agora para uma só questão: a duração do adiamento que Londres vai solicitar a Bruxelas para abandonar a UE. O negociador britânico do acordo, Stephen Barclay, admitiu na terça-feira, 19, em Londres, que será necessário o governo de Theresa May solicitar mais tempo para tentar convencer o parlamento, o qual, na semana passada, rejeitou pela segunda vez num mês a separação acordada por May com Bruxelas. O ministro encarregado da pasta da saída do Reino Unido da UE, Kwasi Kwarteng, também confirmou que a chefe do governo conservador vai pedir o adiamento numa carta que enviará ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk. O último golpe contra os planos de May de retirar o Reino Unido da UE a 29 de Março foi desferido pelo presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, que não aceitou pôr a votos o mesmo acordo que já fora rejeitado duas vezes. Segundo o líder parlamentar, para ir de novo a votos a proposta de May teria de incluir mudanças substanciais, algo muito difícil de conseguir, depois de Bruxelas dar por encerradas as negociações sobre o assunto.