- Nº 2358 (2019/02/7)

Decisão unilateral dos EUA agrava corrida armamentista

Internacional

ARMAS Os EUA abandonaram o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF) que tinham assinado em 1987 com a URSS. A Rússia respondeu de forma equivalente e suspendeu a participação no acordo.

Os Estados Unidos suspenderam as obrigações no âmbito do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, na sigla em inglês), anunciou o presidente Donald Trump no dia 1.

A partir de 2 de Fevereiro começa o processo de retirada do acordo, que se completará em seis meses, «a menos que a Rússia volte a cumprir com as suas obrigações, que estão a violar, e destrua todos os mísseis, lança-mísseis e equipamentos associados», reza em tom imperial o comunicado do presidente estado-unidense.

O presidente da Rússia, Vladímir Putin, afirmou, no sábado, 2, que, em resposta à retirada dos EUA do tratado INF, Moscovo também suspende os seus compromissos no quadro do tratado.

«Procederemos da seguinte maneira: a nossa resposta será equivalente. Os parceiros estado-unidenses anunciaram que suspendem a sua participação no tratado e nós suspendemo-la», declarou o líder russo, após uma reunião com o ministro da Defesa, Serguéi Shoigú, e o chefe da diplomacia, Serguéi Lavrov.

De acordo com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, «a Rússia tem seis meses para salvar o tratado INF» e expressou a esperança de que os EUA possam «convencer a Rússia de que é benéfico para ela voltar a cumprir as normas do tratado INF».

Já a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, María Zakhárova, comentou que o maior sonho de Washington é que Moscovo se desarme e destrua todas as suas armas. E realçou que o abandono do INF faz parte da estratégia dos EUA de incumprir uma série de acordos internacionais.

Também a China se pronunciou, tendo criticado a retirada unilateral norte-americana do INF e apelado aos EUA e à Rússia a realizar «negociações construtivas» visando solucionar as suas diferenças.