Nicolás Maduro empossado para novo mandato presidencial

APOIO Governos, partidos e movimentos sociais de diversos países manifestaram apoio solidário a Nicolás Maduro, que tomou posse em Caracas para um segundo mandato presidencial (2019-2025).

«A Venezuela não está só», garantiu o presidente Evo Morales

Por ocasião do juramento do presidente Nicolás Maduro, no dia 10, no Tribunal Supremo de Justiça, em Caracas, no começo de um novo mandato, o chefe do Estado da Bolívia, Evo Morales, garantiu que «a Venezuela não está só». O dirigente boliviano realçou que «partilhamos a missão histórica de defender os nossos povos e processos revolucionários».

Miguel Díaz-Canel, presidente de Cuba, também não faltou e levou a sua solidariedade a Nicolás Maduro, «democraticamente eleito pelo seu povo».

Delegações de 94 países e de organismos internacionais como a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, a União Africana, a Liga Árabe e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo marcaram presença. Entre os governantes, assistiram à posse, além dos presidentes de Cuba e Bolívia, os de El Salvador, Sánchez Cerén, e da Nicarágua, Daniel Ortega, e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves.

A cerimónia decorreu num momento complexo em que os EUA e seus aliados do Grupo de Lima, passando por cima da vontade popular dos venezuelanos expressa nas urnas, incrementam pressões, a guerra económica, o bloqueio e campanhas mediáticas contra o país sul-americano.

Ingerência dos EUA

O governo da República Bolivariana da Venezuela denunciou uma vez mais «as intenções por parte da elite supremacista que controla a Casa Branca» de promover um golpe de estado na Venezuela.

«Esta conspiração, encabeçada por John Bolton, conselheiro de segurança nacional do governo estado-unidense, tenta impor pela força ao povo venezuelano um governo títere cujo mandato não responda à Constituição, nem à vontade popular, mas antes aos interesses das transnacionais norte-americanas», afirma o governo em Caracas.

Enquanto o presidente constitucional Nicolás Maduro apela ao diálogo entre a Venezuela e os EUA, «Bolton abraça o guião das aventuras golpistas, historicamente inseridas na agenda imperialista», procurando levar à traição um pequeno sector da direita venezuelana, que já demonstrou a sua incapacidade de cumprir o mandato que lhe deu o povo venezuelano de exercer o papel de oposição democrática», destaca um comunicado.

Diz o documento: «A maior ameaça à segurança dos venezuelanos é sem dúvida o bloqueio criminoso imposto por Washington. Por isso, a Venezuela exige o fim de todas as agressões económicas e diplomáticas contra a sua economia e instituições democráticas, ao mesmo tempo que reitera que, por mais poderosas que sejam as pressões e ataques, o governo bolivariano jamais cederá na defesa integral da soberania do povo». E remata: «A Venezuela utilizará o poder político, moral e constitucional para derrotar a agressão imperialista em todas as suas formas».

PCP defende o respeito
da soberania da Venezuela

O PCP criticou a decisão do Governo português de não se ter feito representar na tomada de posse do presidente da República Bolivariana da Venezuela e considera que esta atitude de claudicação nacional perante a União Europeia, que se insere na escalada de desestabilização e agressão contra a Venezuela, é contrária à defesa dos interesses de Portugal, do povo português e da comunidade portuguesa na Venezuela.

Numa nota do seu Gabinete de Imprensa, intitulada «Pelo respeito da soberania da Venezuela! Fim à desestabilização e às ameaças!», datada de 10 de Janeiro, o PCP considera que Portugal deve pautar as relações institucionais com a Venezuela pelo respeito da Constituição da República Portuguesa, dissociando-se das acções de desestabilização e agressão contra aquele país e o seu povo.

O PCP salienta que Nicolás Maduro foi legitimamente eleito presidente da República Bolivariana da Venezuela para o mandato de 2019-2025, em conformidade com a vontade do povo venezuelano expressa nos resultados da eleição presidencial de 20 de Maio de 2018 e de acordo com a ordem constitucional venezuelana.

O PCP condena o incremento da escalada de ingerência promovida pelos EUA e seguida de forma subserviente por países do denominado «Grupo de Lima». Escalada que se insere na operação de desestabilização e bloqueio económico, financeiro, político e diplomático que tem vindo a ser intensificada pela Administração norte-americana dirigida por Donald Trump, incluindo com a aplicação de sanções e mesmo a ameaça de intervenção militar, em afronta à Carta das Nações Unidas e visando atingir, antes de mais, a economia da Venezuela e as condições de vida do seu povo.

Na nota, o PCP «apela à solidariedade para com a defesa da soberania e independência nacional da Venezuela e a resistência e luta do povo venezuelano, para prosseguir o caminho das conquistas e avanços aberto pela Revolução Bolivariana».

A convite das autoridades venezuelanas, o PCP fez-se representar na cerimónia em Caracas de tomada de posse de Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana da Venezuela para o mandato de 2019-2025, por João Pimenta Lopes, deputado do PCP no Parlamento Europeu e vice-presidente da delegação à Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana (EUROLAT).




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