- Nº 2355 (2019/01/17)

Negociações na Jordânia para troca de presos no Iémen

Internacional

PRISIONEIROS O governo e os rebeldes que combatem no Iémen vão negociar em Amã uma troca de prisioneiros, no quadro do Acordo de Estocolmo, que estabeleceu um cessar-fogo entre as partes.

A Jordânia concordou em organizar negociações entre o governo do Iémen e os rebeldes hutis para discutir a troca de prisioneiros, foi anunciado na terça-feira, 15, em Amã.

O ministério jordaniano dos Negócios Estrangeiros acedeu a um pedido das Nações Unidas para esse diálogo, que facilitará o reencontro de milhares de famílias.

Segundo um porta-voz governamental, Sufyan Qudah, a Jordânia respondeu a uma solicitação do enviado da ONU para o Iémen, Martin Griffiths. Não foi especificada a data para as conversações.

No Iémen, desde 2015, confrontam-se, de um lado, uma coligação liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos Estados Unidos e outras potências ocidentais, e, do outro lado, o movimento rebelde xiita dos hutis, que forçou o presidente iemenita, Abdu Rabu Mansur Hadi, a abandonar o país.

Os combates, em especial os bombardeamentos da aviação saudita, causaram milhares de mortos e centenas de milhares de refugiados, além de uma gravíssima crise, ameaçando de fome uma parte da população do Iémen.

A ONU pediu a realização de negociações de paz para tentar solucionar a situação no país, um dos mais pobres do mundo árabe.

Em 13 de Dezembro, as partes em conflito acordaram, em Estocolmo, na Suécia, uma série de medidas de «fomento de confiança», incluindo a troca de milhares de prisioneiros de guerra.

Também houve um pacto de cessar-fogo na província costeira de Hodeida, junto do Mar Vermelho, embora nenhuma das partes tenha abandonado as armas e se registem acusações de ambos os lados de violações do acordo.

Mais fundos da ONU

As Nações Unidas vão utilizar 32 milhões de dólares do Fundo Central de Resposta a Emergências para ampliar as complexas operações humanitárias no Iémen, anunciaram altos funcionários do organismo multilateral.

Segundo o coordenador da ajuda de emergência, Mark Lowcock, e o director executivo do programa Mundial Alimentar, David Beasley, essa soma apoiará o trabalho das agências da ONU e outras que participem na entrega da assistência às populações.

«Se queremos evitar o pior no Iémen, as partes do conflito devem facilitar a passagem rápida e sem impedimentos da ajuda humanitária para os civis necessitados», advertiram os técnicos das Nações Unidas.