REFORÇAR O PCP E A CDU NO NOVO ANO

«romper com as opções que impedem o desenvolvimento do País e concretizar uma política alternativa»

Desenvolve-se a acção reivindicativa dos trabalhadores nas empresas e sectores bem como a luta das populações em defesa de serviços públicos e direitos.

De igual modo, continua a desenvolver-se a acção e iniciativa do PCP pela concretização dos avanços conquistados por essa luta e essa acção.

É, entre muitos outros, o caso do aumento extraordinário de 10 euros, ou 6 euros nas situações de reformas que não estiveram congeladas (o terceiro consecutivo) das reformas e pensões, os avanços no direito à reforma para as longas carreiras contributivas, a redução do preço da energia eléctrica, que estão a começar a ser concretizados no início de 2019.

Mas, neste quadro de avanços, era preciso e possível ir mais longe na resposta aos problemas do País. Só a obstinada posição do governo do PS, em conjunto com PSD e CDS, em manter as opções de submissão ao euro, à União Europeia e ao capital monopolista impedem que isso seja conseguido.

E, entre estas opções, merece esta semana um destaque especial a submissão ao euro, quando se cumprem vinte anos sobre a sua existência, que mereceu, aliás, uma declaração do PCP, que, regra geral, a comunicação social silenciou. O PCP alerta para a necessidade de libertar o País dos constrangimentos, regras, pactos e tratados que já se provou serem contrários aos interesses nacionais, dos trabalhadores e do povo português; insiste que Portugal precisa de uma política monetária soberana adequada à realidade e às potencialidades económicas do País; precisa de uma política que fomente a produção, o emprego e o crescimento. Exactamente ao contrário do caminho prosseguido no contexto do euro, responsável pelo longo período de estagnação e recessão económicas, pelo disparar da dívida pública, pelo crescimento do desemprego e agravamento das desigualdades, pelo aumento da precariedade laboral e definhamento do aparelho produtivo, pela saída de dividendos para o estrangeiro.

O desafio que se coloca a Portugal é romper com estas opções e afirmar uma política patriótica e de esquerda que assegure a concretização de um Portugal com futuro numa Europa de cooperação entre estados soberanos e iguais em direitos, assente na solidariedade, na convergência social, no relacionamento mutuamente vantajoso e na paz.

É neste quadro que se desenvolve e intensifica a acção do PCP no novo ano agora iniciado e em que, com três batalhas eleitorais, é preciso ter presente quão importante é reforçar a CDU.

É de realçar nesta acção as diversas iniciativas realizadas ou programadas pelo PCP neste início de 2019 de entre as quais se destaca o almoço-convívio no sábado passado, na Vidigueira, com a participação do Secretário-geral do PCP, o acto público de apresentação do primeiro candidato da lista da CDU às eleições do Parlamento Europeu em Lisboa, no dia 17 de Janeiro, o Encontro Nacional do PCP «Alternativa Patriótica e de Esquerda. Soluções para um Portugal com futuro!», a 2 de Fevereiro, em Matosinhos.

Trata-se de uma acção ímpar que vem contando com diversas operações de silenciamento, de animação do preconceito anticomunista, de ataques directos e provocações, de branqueamento das responsabilidades do PS, PSD e CDS pelos problemas nacionais, de desvalorização ou secundarização do papel do Partido nos avanços conseguidos nesta legislatura, de promoção e branqueamento do fascismo. Tudo isto, como se vai tornando evidente, para liquidar os avanços conquistados, inviabilizar qualquer ideia de ruptura e alternativa e abrir caminho ao retorno a uma política de retrocesso social.

Articulada com esta intervenção, prossegue também a acção de reforço do Partido com particular prioridade para a entrega do novo cartão de militante e para a campanha dos 5 mil contactos, condição, aliás, imprescindível para dar resposta aos problemas nacionais, valorizar a intervenção do PCP, potenciar os resultados obtidos e afirmar a alternativa necessária.

É uma acção combativa e coerente inspirada na ideia de que o que é preciso é avançar para uma política patriótica e de esquerda, com soluções para os problemas nacionais e que rejeite «soluções» que, explorando insuficiências, limitações e descontentamentos pelos graves problemas resultantes de décadas de política de direita outra coisa não visam que pôr o País a andar para trás, aprofundar o caminho de exploração, empobrecimento e declínio nacional protagonizado pelo anterior governo do PSD/CDS e liquidar direitos e conquistas de Abril que a luta dos trabalhadores e do povo conseguiu manter de pé e a Constituição consagra.

É pois de uma grande importância política a cuidadosa preparação das batalhas eleitorais. É preciso assegurar a mobilização de todo o colectivo partidário, mas também de muitos outros democratas e patriotas que reconhecem a necessidade, cada vez mais incontornável, de romper com as opções que impedem o desenvolvimento do País e concretizar uma política alternativa vinculada aos valores de Abril.