Morreu Carlos Veiga Pereira

Faleceu no sábado, aos 91 anos, o jornalista Carlos Veiga Pereira, detentor da carteira profissional número 1A. Com uma vida inteiramente dedicada ao jornalismo, foi director de informação da ANOP, antecessora da Lusa, e da RTP, tendo-se demitido deste último cargo no final de 1976 devido a pressões do então governo do PS/Mário Soares.

Nascido em Angola, Carlos Veiga Pereira, conheceu ainda no liceu os patriotas angolanos Lúcio Lara e Agostinho Neto, com quem foi preso, em 1951, devido à promoção de um abaixo-assinado em defesa da paz e da independência das colónias portuguesas. Em 1953 foi enviado para cumprir pena na Companhia Disciplinar de Penamacor (militar).

Frequentou as universidades de Coimbra e Lisboa, tendo tido uma intensa actividade editorial e cultural antifascista, incluindo a direcção do jornal da Casa dos Estudantes do Império, a primeira publicação editada em Portugal pelos estudantes oriundos das colónias.

Inicia a sua carreira de jornalista em 1954, tendo passado pelo «O Primeiro de Janeiro» e o Diário Ilustrado (do qual foi fundador com Miguel Urbano Rodrigues), pelo «República», o «Diário de Lisboa» e o «Jornal de Letras», isto além de colaborações com a France Press e a revista mensal Seara Nova.

Foi forçado a partir para o exílio, em Paris, em 1962, onde permaneceu dez anos e trabalhou em vários órgãos de comunicação social. De regresso a Portugal, ingressou na ANOP e depois Lusa, onde se manteve até 1992.

Em Abril de 1975, foi um dos seis jornalistas eleitos para representar a classe no Conselho de Imprensa. Foi o primeiro presidente do Conselho Geral do Sindicato dos Jornalistas, órgão de que continuou a ser membro até à sua morte, tendo sido eleito pela última vez em 2018, proposto pela Lista A.



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