1918 – Direito de voto das mulheres na Alemanha

A Aliança Internacional pelo Sufrágio Feminino foi criada em Berlim em 1904. Catorze anos depois, a 12 de Novembro, as alemãs viram reconhecido o seu direito de voto. Duas mulheres se destacam nesta luta: as comunistas Rosa Luxemburgo, para muitos a «mais genial discípula de Karl Marx», para quem a «liberdade das mulheres indica o nível de liberdade na sociedade», fuzilada em Berlim a 15 de Janeiro de 1919, e Clara Zetkin, deputada eleita no período de 1919 – 1933, sua companheira de luta e de partido. Coube a Clara Zetkin, enquanto decana dos deputados, fazer o discurso de abertura do Reichstag em 1932, numa Alemanha já ameaçada pelo ascenso nazi. Consciente dos perigos que ameaçavam o país, Zetkin lembrou então que a «força do proletariado não depende do número de assentos no parlamento, antes está ancorada nas suas organizações políticas, sindicais e culturais», e advertiu que as «tentativas de minorar e resolver a crise mantendo a economia capitalista só podem agravar o mal (...) porque não é o Estado burguês que domina a economia mas sim o contrário, é a economia que domina o Estado burguês». Em 2017, a percentagem de deputadas no Bundestag retrocedeu de 37 para 30,5%, e a desigualdade salarial entre homens e mulheres ascende a 21%, segundo o Eurostat.