Reacções de classe

Manuel Rodrigues

Logo que o Orçamento do Estado (OE) para 2019 foi apresentado pelo governo minoritário do PS na Assembleia da República e se tornou conhecida a determinante intervenção do PCP para os avanços registados, o grande capital ficou nervoso e passou ao contra-ataque.

Não admira que assim seja. É a luta de classes a afirmar o seu caminho.

Particularmente dirigentes e deputados do PSD e do CDS e uma multidão de comentadores, orçamentólogos e afins desferem golpes atrás de golpes no OE, dizendo dele cobras e lagartos.

Pois bem, atentemos nas razões de tão histérico desvario e vejamos o que realmente os incomoda. Será o elevado valor da dívida sobre cuja renegociação o PS nem quer ouvir falar e pela qual vamos pagar em 2019, só em juros, quase 7 mil milhões de euros? Será a meta do défice de 0,2% que poderia ir até aos 3% (mesmo com os condicionamentos resultantes da submissão à União Europeia e ao euro) libertando mais de 5 mil milhões de euros para o investimento no desenvolvimento do País (repondo, por exemplo, aparelho produtivo)? Serão as diminutas verbas para as grandes necessidades de investimento público? Será a manutenção das PPP? serão as verbas que resultam de compromissos do PS com o capital monopolista?

Não, não são. Confessem-no ou não, com tais opções o acordo é total. O que não suportam são os progressos que respondem a direitos dos trabalhadores e do povo português. Mesmo quando vociferam contra a carga fiscal e medidas que resultam das opções do governo minoritário do PS, o que lhes dói são sempre (e só) os progressos e avanços conseguidos pela luta e pela intervenção do PCP.

Tudo o resto é conversa fiada, hipocrisia, grande treta... Para encobrir reacções que outra coisa não traduzem senão falta de vergonha e natureza de classe.




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