A ameaça de Washington retirar-se do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, na sigla em inglês), assinado em 1987 entre os EUA e a URSS, deve-se a que este acordo «obstaculiza a sua dominação total» no mundo.

A afirmação é do vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguéi Riabkov, em resposta a declarações do presidente dos EUA, segundo as quais vai retirar o seu país do INF porque a Rússia não o cumpriu. Donald Trump disse aos jornalistas que «vamos pôr fim ao acordo e desenvolver as nossas armas», a menos que a Rússia e a China concordem com um novo tratado.

Riabkov assegurou que a Rússia «cumpre rigorosamente» o tratado e condenou as tentativas dos EUA de «conseguir concessões mediante chantagem», especialmente sobre a segurança internacional. Sugeriu que as acusações de Washington contra Moscovo poderiam ter como objectivo «ocultar o seu próprio incumprimento do acordo».

O governante russo asseverou que «se os EUA continuarem a abandonar unilateralmente os tratados, a Rússia tomará medidas de represália, incluindo de natureza militar». Sublinhou, contudo, que a reacção da Rússia à intenção de Washington de abandonar o INF requer tempo e um exame dos planos concretos estado-unidenses, já que essas decisões não devem ser adoptadas «apressadamente».

Também a China reagiu às declarações de Trump. Pequim considera que a anunciada saída dos EUA do INF terá um impacto negativo para todas as partes. «A saída unilateral do acordo terá um efeito negativo multilateral», previu um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. E enfatizou que envolver a China neste assunto «é absolutamente erróneo».